A
'troika', que está a fazer o sétimo exame trimestral ao resgate externo, está
pronta para dar a Portugal mais um ano até 2015 para cortar o seu défice
público abaixo dos 3% do PIB, dado que a degradação da economia europeia gerará
uma maior recessão no país, disseram à Reuters fontes próximas daquela
avaliação.
Uma das fontes referiu que "a recessão na Europa é um dado
importante e é determinante para a maior flexibilidade da 'troika'",
realçando: "o ajustamento das contas externas está a ser mais rápido e os
investidores também têm uma melhor avaliação do risco de Portugal".
"Há um grande esforço de
ajustamento, que é reconhecido. Há já um consenso (na 'troika') que a
envolvente externa se degradou e que Portugal precisa de mais um ano para
descer o défice abaixo dos 3%", referiu outra das fontes próximas do
processo, em Lisboa.
"Esse objectivo será
alcançado em 2015 até porque este ano (2013) a recessão será maior, pode ser na
casa dos 2% (de contracção), e isso dificulta a execução orçamental",
afirmou.
Fonte oficial das Finanças
referiu que o Ministério não comenta.
A concessão de mais um ano a
Portugal para cortar o défice excessivo tem de ter o 'OK' final dos parceiros
europeus no Ecofin.
Esta seria a segunda vez que a
'troika' - Banco Central Europeu (BCE), Comissão Europeia (CE) e Fundo
Monetário Internacional (FMI) - flexibilizaria as metas orçamentais após já o
ter feito em Setembro de 2012.
A 'troika' está em Lisboa para a
sétima avaliação às medidas de austeridade e reformas que impuseram como
contrapartida dos empréstimos de 78.000 ME, quando Portugal mergulhou na maior
recessão em 30 anos e o desemprego disparou para máximos históricos perto dos
17%, obrigando o país a usar medidas 'one off' para cumprir o défice.
Após o agravamento da conjuntura
económica no quarto trimestre de 2012, o Governo apontou que o PIB deverá
contrair à volta de 2% em 2013, o dobro da queda que estimava antes e face à
contracção de 3,2% em 2012, e sinalizou que Bruxelas poderá dar mais um ano a
Portugal para corrigir o défice excessivo.
O défice público de 2012, após
medidas extraordinárias equivalentes a um ponto percentual do PIB, fixou-se em
5% em 2012, tendo Portugal de cortá-lo para 4,5% em 2013 e para 2,5% em
2014.
Bruxelas, recentemente, anunciou
que prevê que Portugal tenha um défice de 4,9% do PIB em 2013, o que leva os
economistas a estimar que, após a actual revisão da 'troika', a nova meta
orçamental seja fixada à volta de 5%.
Reuters /SICNoticias
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