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segunda-feira, 11 de março de 2013

Troika deverá conceder mais um ano a Portugal para corrigir défice excessivo


A 'troika', que está a fazer o sétimo exame trimestral ao resgate externo, está pronta para dar a Portugal mais um ano até 2015 para cortar o seu défice público abaixo dos 3% do PIB, dado que a degradação da economia europeia gerará uma maior recessão no país, disseram à Reuters fontes próximas daquela avaliação. 

Uma das fontes referiu que "a recessão na Europa é um dado importante e é determinante para a maior flexibilidade da 'troika'", realçando: "o ajustamento das contas externas está a ser mais rápido e os investidores também têm uma melhor avaliação do risco de Portugal".
"Há um grande esforço de ajustamento, que é reconhecido. Há já um consenso (na 'troika') que a envolvente externa se degradou e que Portugal precisa de mais um ano para descer o défice abaixo dos 3%", referiu outra das fontes próximas do processo, em Lisboa.
"Esse objectivo será alcançado em 2015 até porque este ano (2013) a recessão será maior, pode ser na casa dos 2% (de contracção), e isso dificulta a execução orçamental", afirmou.
Fonte oficial das Finanças referiu que o Ministério não comenta.
A concessão de mais um ano a Portugal para cortar o défice excessivo tem de ter o 'OK' final dos parceiros europeus no Ecofin.
Esta seria a segunda vez que a 'troika' - Banco Central Europeu (BCE), Comissão Europeia (CE) e Fundo Monetário Internacional (FMI) - flexibilizaria as metas orçamentais após já o ter feito em Setembro de 2012.
A 'troika' está em Lisboa para a sétima avaliação às medidas de austeridade e reformas que impuseram como contrapartida dos empréstimos de 78.000 ME, quando Portugal mergulhou na maior recessão em 30 anos e o desemprego disparou para máximos históricos perto dos 17%, obrigando o país a usar medidas 'one off' para cumprir o défice. 
Após o agravamento da conjuntura económica no quarto trimestre de 2012, o Governo apontou que o PIB deverá contrair à volta de 2% em 2013, o dobro da queda que estimava antes e face à contracção de 3,2% em 2012, e sinalizou que Bruxelas poderá dar mais um ano a Portugal para corrigir o défice excessivo. 
O défice público de 2012, após medidas extraordinárias equivalentes a um ponto percentual do PIB, fixou-se em 5% em 2012, tendo Portugal de cortá-lo para 4,5% em 2013 e para 2,5% em 2014. 
Bruxelas, recentemente, anunciou que prevê que Portugal tenha um défice de 4,9% do PIB em 2013, o que leva os economistas a estimar que, após a actual revisão da 'troika', a nova meta orçamental seja fixada à volta de 5%.  
Reuters /SICNoticias

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