Numa semana em que serão conhecidos os resultados da sétima avaliação da
'troika', líder do PS avisa que não aceita mais austeridade.
O secretário-geral do PS adverte que "não aceitará mais
nenhuma medida de austeridade" e acusa o primeiro-ministro de
"incompetência" e de "estar isolado" quando "há um
consenso na sociedade portuguesa" de que é preciso mudar de estratégia.
"Este é o momento em que o Governo tem de ouvir e dar
razão ao PS, há mais de um ano e meio que tenho dito que temos de ter uma
estratégia credível de consolidação das contas públicas, dando prioridade ao
crescimento económico e à criação de emprego", afirma António José Seguro,
num tempo de antena do PS divulgado hoje.
Nesta mensagem, o líder socialista defende uma mudança na
estratégia de consolidação das contas, reconhecendo que "o caminho é
difícil e exigente", mas vincando que não se resigna "a este caminho
de empobrecimento".
"Quando o primeiro-ministro diz que estamos no caminho
certo isso não é só impreparação, isso é incompetência, inconsciência e falta
de respeito para com os portugueses", observa Seguro. O líder do PS afirma
que "basta andar pelo país para perceber que é necessário mudar de
direcção" e que neste momento "a responsabilidade do Governo é
reconhecer que falhou e aproveitar esta oportunidade para renegociar as
condições do programa de ajustamento".
"Hoje há um consenso na sociedade portuguesa, desde o
Presidente da República aos parceiros sociais, todos são unânimes que é preciso
por fim a esta política de austeridade, quem está sozinho e isolado é o
primeiro-ministro", advoga. António José Seguro critica que neste contexto
o Governo insista num "corte de quatro mil milhões de euros nas funções
sociais do Estado", quando "os portugueses mais delas precisam"
e deixa uma garantia: "Não aceitamos mais nenhuma medida de austeridade, o
PS é contra esse corte".
"O PS deve disciplina e rigor orçamental, mas é contra
mais medidas de austeridade que só provocam mais recessão, mais queda da
economia e mais aumento do desemprego", afirma Seguro, que sustenta que o
caminho escolhido pelo Governo desde o início do mandato conduziu a um
agravamento a situação.
"É verdade que saímos da crise? Não é verdade, estamos
pior do que antes", sustenta o secretário-geral do PS. O líder do
maior partido da oposição diz depois que o PS tem a "obrigação de
apresentar propostas e soluções" para o país "abandonar a política da
austeridade do custe o que custar" e insiste no pacote de cinco medidas
que anunciou recentemente no Parlamento.
Entre as propostas defendidas por Seguro estão a redução do
IVA para a restauração, o aumento do salário mínimo e das pensões mais baixas
ou a criação de um banco de fomento que, com a utilização de fundos
estruturais, possa apoiar pequenas e médias empresas.
Seguro aponta ainda para um programa de formação profissional
de desempregados ou para a criação de um plano de reabilitação urbana que
privilegie a eficiência energética.
O líder socialista afirma depois que o crescimento
económico e o emprego são "o caminho que deve mobilizar" o país e que
"fará de novo" que os portugueses se "reencontrem como
povo".
=Económico=
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