O mais histórico dos socialistas, Mário Soares,
fala do desespero dos portugueses e da falta de clareza e de sensibilidade do
Executivo de Passos Coelho no seu habitual artigo de opinião no Diário de
Notícias (DN). Para o antigo chefe de Estado, “aqueles que ainda não emigraram
e os que não se suicidaram, o que começa a suceder com frequência, estão na sua
esmagadora maioria desesperados".
Mário Soares insiste nas suas críticas ao Governo e acusa-o de
cometer “erros sobre erros”, percebendo assim o “desespero” dos portugueses que
“ainda não emigraram” ou “se suicidaram”.
“Aqueles
que ainda não emigraram e os que não se suicidaram, o que começa a suceder com
frequência, estão na sua esmagadora maioria, desesperados, contra o actual
Governo e proclamam-no todos os dias por todo o lado e de todas as formas”,
escreve Mário Soares no artigo de opinião que assina no DN.
O socialista sublinha que Passos Coelho e os seus ministros “nunca
explicaram nada” e “nunca se interessaram pelos portugueses”, que lhes deram o
voto, “seguramente por engano”.
Para
o antigo chefe de Estado, o “Governo só tem cometido erros sobre erros, desde
que está no poder, sem explicar a ninguém a sua versão ou visão do que faz e
para que o faz”.
No
mesmo texto, Soares culpa a “maldita austeridade”, e afirma mesmo que “Portugal
está a ser liquidado”, acrescentando que o “Governo não é patriota e só obedece
à troika e aos mercados usurários que a comandam”.
A
situação, para o socialista, é tão grave que a Democracia está ameaçada. A
troika “está também a pôr, conscientemente, em causa a nossa jovem democracia e
a moral dos portugueses, herdadas do 25 de Abril”, acusa Mário Soares,
justificando:
“Quando o Povo não conta nem tem voz, a democracia entra
obviamente em colapso”.
N. M.
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