O histórico socialista, Manuel Alegre é
peremptório ao afirmar que os portugueses não aguentam tudo e que o País está
perto do limite. Como tal, e em dia de manifestação, deixa o recado: “Pode
haver uma revolução se [os governantes] não tiram as ilações devidas”. Para
Alegre, o Executivo “está sem espaço”, acrescentando ainda, em entrevista à
edição deste sábado do jornal i, que ver o ministro Adjunto e dos Assuntos
Parlamentares, Miguel Relvas, cantar a ‘Grândola’ foi “patético”.
Alegre dificilmente poderia traçar um diagnóstico mais cinzento ao
Portugal de hoje. “É uma situação como eu nunca vi. Nunca existiu. É uma
situação explosiva. Explosiva”, enfatiza o também poeta.
Logo, recomenda, “se é
preciso cortar com o memorando [da troika], corte-se. Se é preciso cortar com a
troika, corte-se com a troika”, e sublinha :
“Não quero estar na Europa para
liquidar o meu País”.
“O
Governo está sem espaço”, acautela o socialista, que considera ter sido
“patético” ver o ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas,
a cantar a ‘Grândola’.
Relativamente
ao partido que milita, Manuel Alegre defende que “os socialistas devem estar do
lado dos que protestam, não podem é estar no meio”, acrescentando ter, “da
parte dos dirigentes do PS, muitas razões de queixa [sobre o pouco apoio nas
Presidenciais de 2011].
Por
fim, e no que à reconciliação com o antigo chefe de Estado, Mário Soares, diz respeito,
Alegre comenta que “foi uma coisa normal”, e conta, a esse propósito que foi
abordado por uma senhora na farmácia que lhe disse: “Já agradeci a Nossa
Senhora [pelos dois históricos terem reatado o contacto] ”.
N. M.
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