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sexta-feira, 8 de março de 2013

«PETRÓLEO: A FORÇA MOTRIZ DA ECONOMIA MUNDIAL»


Denominar o petróleo de “ouro negro” subestima a sua importância na economia global. Ao longo de meio século os países produtores e consumidores de petróleo têm-se debatido pelas cada vez mais escassas reservas mundiais.

À medida que os iraquianos se retiravam do Kowait durante a Guerra do Golfo, em 1991, colunas de fogo esgueiravam-se pelo céu dos poços de petróleo que tinham sido incendiados sob as ordens do líder Saddam Hussein.

As chamas simbolizavam a questão central da guerra: o controlo de mais de metade das reservas mundiais de petróleo.

Até ao século XIX, o petróleo tinha sido utilizado apenas para uma fraca iluminação e na cozinha, para a preparação de refeições.

Embora o primeiro poço tivesse sido perfurado pelos chineses alguns séculos antes de Cristo, com brocas de percussão e canalizações em bambu, o petróleo extraído, tanto aí como no Médio Oriente, através da compressão e do aquecimento de argila xistosa. Só em 1859 é que o empresário americano, Edwin L. Drake, utilizou uma máquina a vapor e um engenho de punção para perfurar o primeiro poço moderno do mundo, a 21 metros de profundidade na rocha sob Titusville, na Pensilvânia.

Vinte e cinco anos mais tarde, na Alemanha, Gottfried Daimler desenvolve o motor de combustão interna a combustível líquido e inventa o carburador.

A partir daí, a indústria do petróleo desenvolve-se com uma rapidez surpreendente.

Até volta de 1945, os Estados Unidos produziam aproximadamente dois terços da produção mundial de crude.

Os competidores mais próximos eram o México, a União Soviética e a Venezuela, o país considerado como o maior exportador.

O rendimento resultante do petróleo é crucial para os países produtores. Na Arábia Saudita, o Estado (na verdadeira linha real de Saud) possui toda a produção, controla a refinaria e o marketing – o que gera dois terços do rendimento nacional.

O petróleo tem sido motivo de tensão entre os países produtores (poucos dos quais com regimes democráticos) e os gigantes industriais do Ocidente. Um dos primeiros exemplos terá sido a Guerra do Suez, em 1956, que se desencadeou em parte devido às pretensões da Inglaterra e da França de manterem o controlo da produção no Golfo.

Em 1960, os maiores produtores, começando pelos Estados do Médio Oriente, criaram a Organização dos Países Produtores de Petróleo, ou OPEP, com o objectivo de protegerem os seus interesses.

Em 1973, a OPEP aumentou os preços, primeiro em 70% e mais tarde em 130%, numa altura em que 80% do abastecimento da Europa Ocidental dependia do Médio Oriente.

Consequentemente, verificou-se uma crise económica mundial. No entanto, desde 1986 que os preços têm descido ou se têm mantido estáveis, excepto os impostos criados pelos governos, nomeadamente em Portugal, onde o Estado absorve cerca de 54% de impostos sobre os produtos petrolíferos, originando, de certo modo, a forte cartelização do preço dos combustíveis, numa cadeia imparável, que faz aumentar de modo tremendo o nível dos preços dos combustíveis, diminuindo o poder de compra dos cidadãos.

Mas, nem o governo cede nas pretensões de baixar aos impostos, forte fonte de rendimento, nem os postos abastecedores fazem seja o que for para baixar aos preços, apesar de todas as dificuldades vividas pela população consumidora, fazendo que todos os produtos sejam aumentados em flecha, dificultando cada vez mais a vida da sociedade.


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