Responsáveis
pelas confederações sindicais e patronais fizeram hoje duras críticas às
declarações do empresário Belmiro de Azevedo, que afirmou na segunda-feira que
sem mão-de-obra barata "não há emprego para ninguém".
"Espero que o
senhor engenheiro Belmiro consiga descobrir algum modo de as pessoas poderem
comprar na loja dele sem salário", disse o presidente da Confederação do
Comércio e Serviços de Portugal (CCP), João Vieira Lopes.
O secretário-geral
da CGTP, por sua vez, considera que estas declarações demonstram "falta de
respeito" sobre os trabalhadores e a "concepção de empresariado"
que continua a existir em Portugal.
"Já percebo
porque é que é o terceiro homem mais rico do país. A inteligência e só dele e o
resto é só suor e neste caso exploração", disse.
Também João
Proença, da UGT, considerou que o patrão do universo Sonae defende um modelo
errado.
"Não sabemos o
que é que o senhor Belmiro entende por mão-de-obra barata, o que nós entendemos
é uma justa distribuição da riqueza criada neste país e que o modelo de
salários baixos é um modelo que não dá futuro para Portugal", disse.
As confederações
patronais e sindicais estão reunidas hoje com o Governo em sede de Concertação
Social, com o aumento do Salário Mínimo Nacional (SMN) a constar na agenda de
trabalhos.
Lusa/SOL
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