Número total de visualizações de páginas

sábado, 23 de março de 2013

«PARECE QUE VIVEMOS NUM PAÍS DE LOUCOS»


Enquanto uma maioria de militantes quase implora que o PS regresse às origens, ou seja, à esquerda e se separe da ideia de se aliar ao PSD, como era intenção de Sócrates antes de se demitir e ir fazer um “retiro” em Paris, agora que regressou, já os militantes do PSD atacam severamente a actual liderança do PS, fazendo afirmações bombásticas, como a de que o PS se alia, com José Seguro, aos partidos mais radicais da esquerda nacional, o que nem de longe nem de perto corresponde à realidade.

De entre a delegação de deputados do PS no hemiciclo, 2/3 são “socráticos”, pelo menos os 2/3, o que torna muito difícil ao actual secretário-geral, António José Seguro, poder liderar o seu partido sem que dê um murro bem forte na mesa e os coloque em sentido.

Como é evidente, corre o risco de desencadear uma revolta interna, mas não deve temê-la, pois ninguém deve julgar-se refém de si próprio, e se tal acontecesse, deveria colocar o seu lugar à disposição, já que não precisa da política para nada.

Todavia, a hipocrisia que reina no seio dos maiores partidos portugueses, talvez o impeça de agir como pretendia, até porque, com o regresso de Sócrates de Paris, e a sua ida, como comentador para a RTP um dia por semana e 25 minutos de duração do programa de perguntas e respostas.

E, se os seus apoiantes pudessem abrir os olhos e aguçar os ouvidos, facilmente chegariam à conclusão que o convite recebido e aceite por Sócrates está completamente envenenado e que pretende apenas desmoralizar a actual liderança do PS, ao mesmo tempo que tentam desacreditá-la perante as bases que a elegeram.

Não que me doa pelo que se passa no PS ou com o PS, até porque não o merece, mas lamento que aqueles ceguetas não queiram ver que tudo não passa de mais uma tramóia bem urdida por um maquiavélico do PSD.

Se Sócrates dedicar o seu tempo de antena a lançar críticas ao actual líder do PS, o que certamente fará camufladamente, mas não de imediato, pois tem ainda tempo para as autárquicas e ainda mais tempo para as presidenciais, às quais estou convicto que se lançará na corrida e por isso regressou tão cedo, para tentar obstaculizar a hipotética candidatura de Marcelo Rebelo de Sousa ou mesmo de Durão Barroso, que chegou a estar indigitado para Secretário Geral da ONU, ideia á qual Obama se opôs, não sem lançar umas piadas sobre ele e a sua total submissão ao anterior presidente dos Estados Unidos, tal como agora se submete às vontades e desejos de Frau Merkel.

Ora, com o PS virado para a direita e apoiando o capitalismo global e a submissão às imposições da troika, do FMI e do BCE, como pode estar ligado à esquerda radical, que francamente desconheço em Portugal?

Diz o povo, na sua imensa sabedoria, que há muitas maneiras de matar pulgas, e ao que tudo indica, o PSD e seus deputados conhecem-nas todas, e usam-nas sempre que podem, porque sentem medo dessa possível plataforma de esquerda entre os tais “radicais” e o PS, que os coloque de fora dos destinos da nação.

E falam da assinatura do memorando com a troika, quando essa assinatura se deveu unicamente ao PSD e ao senhor Pedro, ao senhor Portas e a Sócrates, embora se não possa dizer que o senhor Silva possa afirmar-se inocente.

E assim é Portugal, onde continua a coexistir doentiamente uma espécie de democracia e a intriga política, sem que se vislumbre um fim que traga a paz social com um melhor nível de vida para todos os cidadãos.

Sem comentários:

Enviar um comentário