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sábado, 9 de março de 2013

«MAIS CORTES NAS PENSÕES?»


De tal forma se mostra insaciável o actual governo, que não olha a meios para colocar  os portugueses em gravíssimas dificuldades económico-sociais, em profunda miséria e a passarem fome, a aumentarem as suas dívidas, a contraírem mais doenças, a considerar-se a si próprios “escravos” dessa nova forma de servidão que é imposta.

Não se compreende como pode o Tribunal Constitucional manter tão prolongado silêncio, depois de, atempadamente, lhe terem sido enviados documentos sobre o OE/2013 para que se pronunciassem acerca da sua constitucionalidade, coisa que o governo ingnorou olimpicamente pelo segundo ano consecutivo.

Agora, que se começa a manifestar o povo pelas ruas de diversas cidades do país, e após um “desentendimento” entre a troika e o governo, como por encanto, surgem novas e graves medidas de austeridade sob a forma de novos cortes nas pensões de aposentados e reformados, como se efectivamente de “bestas de carga” se tratasse.

A teimosia, a insensibilidade e a estupidez, pois só que o é pode agir da forma como tem agido o actual governo em relação aos cidadãos, com toda a certeza que irão desencadear novas formas de luta por toda a parte, seja nas ruas, nas empresas e – pelo menos vontade não faltará – nos palácios onde se alojam as “víboras peçonhentas”, esses alarves devoradores dos bens dos portugueses.

Portugueses que, quando começaram a trabalhar, assinaram um contrato que lhes permitia, ao fim de todos aqueles anos de serviço prestado ao país, através da empresa pública ou privada, gozarem de uma pensão que lhe permitisse viver com uma certa dignidade humana.

Pois, o actual governo – como é sobejamente conhecido – decidiu rasgar todos os contratos sociais e fazer com que, nalguns casos,  até sintam saudades dos tempos da ditadura salazarista que, nesse aspecto, talvez único, respeitava as regras do jogo.

Ora, é precisamente esse sentimento, revoltante, é verdade, que eles pretendem ressuscitar e pôr em vigor desde logo, sabendo de toda a miséria que se vive no país, com todo o desemprego e toda a fome que grassa nas fileiras, ultrapassando todos os limites da decência e da capacidade humana para suportar tais energúmenos políticos, que se estão nas tintas para a situação degradante a que chegaram os portugueses.

Disfarçadamente, pretendem fazer resssuscitar a recuperação dos tais 4 mil milhões, que pessoalmente prefiro dizer biliões de euros, roubando uma vez mais aqueles que além de terem assinado o tal contrato, se vêm despojados dos meios de uma sobrevivência decente e digna, pois decidiram defender todos os que meteram a mão no saco, roubando à tripa-forra quer no BPN – esse feudo do PSD – quer noutros locais por onde passaram, causando a tal “crise” que é paga pelos mais pobres.

E, quando ou se a troika pretende que cortem dez, logo afirmam que cortarão duzentos, porque o povo português é o melhor do mundo e, como diz o banqueiro Ulrich, “aguenta! Ai aguenta, aguenta!” e, como diz esse imbecil do Borges, seria até louvável, cortar ao Salário Mínimo Nacional, que se limita a 485 euros mensais, generalizando os cortes, pois o povo português, além de se ver coagido a aguentar, vê-se a braços com uma oposição socialista pouco mais que apática e adormecida.

É disto que o Pedro gosta. Ver o povo submisso, obediente e lixado, com a convicção de que as greves dão lucros às empresas onde acontecem e que as manifestações de rua servem apenas para animar os corações quebrados pela sua ignomínia.

Da parte dos militares, nada se pode esperar, pelo menos para já, pois apenas pretendem  salvaguardar os seus interesses corporativos, as suas promoções e seus chorudos salários e regalias sociais, porque o povo, esse…., que se f…a!

Também, na sua ânsia de impor sempre mais austeridade, limitam-se a culpar Sócrates, que teve muitas culpas no cartório, ninguém o nega, mas cujas sistemáticas acusações têm por único fim tentar esconder os seus militantes que de modo algum podem ter as mãos limpas de todos os roubos e corrupção que têm sido praticados ao mais alto nível. E quando digo ao mais alto nível, é precisamente o que pretendo dizer, até porque é a mais pura das realidades. Todos o sabem!

Criticam alguns, o populismo de Chavez, mas pelo menos esse sempre defendeu os mais pobres, enquanto defendia afincadamente os reais interesses nacionais do seu país. Em Portugal assim não acontece, porque se confundem os interesses nacionais com os interesses dos capitalistas e dos políticos que, na sua maioria, acumulam em ambos os lados; capitalismo e política, sendo por isso que nem o país avança nem o povo vê melhorar as suas condições de vida.

E, para rematar, pretendem fazer-nos crer que são os partidos de esquerda os únicos culpados pela crise e que só com eles Portugal poderá sair do beco em que se encontra, surgindo quase diariamente provas que contrariam as suas afirmações.

Viva Portugal Livre desses abutres famintos que sempre esvoaçam sobre a carniça.

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