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segunda-feira, 18 de março de 2013

Maioria PSD/CDS-PP reúne-se com Vítor Gaspar e Miguel Relvas na terça-feira


As bancadas parlamentares da maioria PSD/CDS-PP  vão reunir-se com os ministros de Estado e das Finanças, Vítor Gaspar, e  Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, na terça-feira à tarde,  na Assembleia da República.

Esta reunião acontece na sequência da sétima avaliação do Programa de  Assistência Económica e Financeira a Portugal, da qual resultou uma revisão  das metas de consolidação orçamental e das previsões macroeconómicas do  Governo, com agravamento da recessão e do desemprego. 
Em reação aos resultados dessa sétima avaliação, divulgados na sexta-feira  de manhã, deputados do PSD e do CDS-PP criticaram o "desenho" do programa  aplicado em Portugal em troca de um resgate de 78 mil milhões de euros por  parte da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional. 
Os resultados da sétima avaliação não foram ainda apresentados pelo  ministro das Finanças na Comissão de Acompanhamento do Programa de Assistência  Económica e Financeira a Portugal da Assembleia da República.  
Essa apresentação estava agendada para sexta-feira à tarde, mas, devido  à reunião do Eurogrupo sobre o resgate financeiro ao Chipre, marcada para  o mesmo dia, Vítor Gaspar adiou-a para 5 de abril. 
Em nome do PSD, o vice-presidente da bancada social-democrata Miguel  Frasquilho congratulou-se por haver mais tempo para a redução do défice  das contas públicas portuguesas e por não ter sido anunciada mais austeridade,  afirmando que "não podia continuar este caminho". 
Pela bancada do CDS-PP, João Almeida também considerou que "mais medidas  de austeridade seria erro em cima de erro" e defendeu uma mudança de rumo:  "O mais importante, neste momento, é ter a consciência de que, se há um  desenho mal feito, insistir no mesmo desenho só agravará o problema". 
Questionado se o CDS-PP mantém a confiança política em Vítor Gaspar,  João Almeida respondeu que se trata de matéria da exclusiva responsabilidade  do primeiro-ministro e que os democratas-cristãos não se imiscuem em questões  do Governo, "nem sequer sobre os ministros indicados pelo CDS". 
No que respeita à redução do défice, o executivo PSD/CDS-PP acordou  com a 'troika' mais um ano para que este fique abaixo do limite de 3% do  Produto Interno Bruto (PIB). A meta de 2013 foi revista de 4,5% para 5,5%,  a meta de 2014 passou de 2,5% para 4%. Para 2015 foi estabelecida uma meta  de 2,5%.  
Por outro lado, foi anunciado que o défice de 2012, em contabilidade  nacional, segundo os critérios da União Europeia, deverá ficar nos 6,6%,  ultrapassando o limite que estava fixado, de 5%.  
Quanto às previsões macroeconómicas, o Governo PSD/CDS-PP anunciou uma  recessão de 2,3% este ano, em vez da estimativa inicial de 1%, inscrita  no Orçamento do Estado para 2013, e uma taxa média anual de desemprego de  18,2%, contra o anterior valor de 15,7%. 
"O desemprego poderá atingir um valor de quase 19% no final de 2013",  afirmou na sexta-feira o ministro das Finanças.  
Para 2014, está agora prevista uma taxa anual de 18,5%. A estimativa  de desemprego para 2015 é de 18,1% e para 2016 de 17,5%. 
De acordo com as novas projeções do Governo, o crescimento económico  regressará no quarto trimestre deste ano e a economia crescerá 0,6% em 2014.
Quanto à evolução da dívida pública em percentagem do PIB, as previsões  foram revistas em alta, passando de 122% para 122,4% este ano, de 122,3%  para 123,7% em 2014, de 119,6% para 122,5% em 2015. Em 2016, o executivo  estima agora que a dívida pública corresponda a 119,4% do PIB, em vez dos  anteriores 115,8%. 
Lusa/SICNotícias



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