Estudo
da Mercer conclui que no sector privado os gestores ganham mais do que na
função pública. Mas algumas carreiras técnicas e o pessoal administrativo são
mais bem pagos no Estado.
O estudo foi encomendado pelo Ministério das
Finanças
Na Administração Pública as funções de menor exigência e
responsabilidade são mais bem pagas do que no sector privado, enquanto as
funções de maior complexidade e exigência são menos valorizadas em termos
salariais do que no privado. A conclusão é de um estudo divulgado nesta
segunda-feira pelo Ministério das Finanças.
De acordo com um estudo encomendado
pelo Governo à consultora Mercer, as práticas salariais da função pública
“diferem do padrão que é observado no sector privado”. Contudo, refere o
documento, “esta análise macro não dispensa uma apreciação mais analítica por
tipo de função/profissão”.
Nas
funções de topo, as remunerações pagas pelo sector privado podem exceder, em
média, 30% as praticadas no sector público. Nos cargos de direcção intermédia o
sector privado “tende a ser mais competitivo”, mas esse diferencial tende a
esbater-se quando se desce na hierarquia.
Já
quando se analisam as funções técnicas (técnico superior e informático), a
média salarial praticada na Administração Pública excede a do sector privado e
o diferencial salarial pode chegar aos 14%. Porém, precisa a Mercer, esta
realidade “é muito determinada pelo facto de na Administração Pública o salário
estar bastante mais dependente do factor de antiguidade do que no sector
privado”.
Na
análise feita às profissões menos qualificadas, a Mercer conclui que há duas
realidades. No caso dos assistentes técnicos e pessoal administrativo, os
salários são superiores na administração pública. Um funcionário público nestas
funções tem um ganho médio mensal de 1035 euros, enquanto um trabalhador no
privado recebe 995 euros.
Já
quando se passa para as profissões com conteúdos funcionais mais baixos
(assistente operacional, operário e auxiliar) o privado paga melhor. Na função
pública, o ganho médio está nos 765 euros, enquanto os mesmos trabalhadores do
sector privado levam para casa 830 euros.
No
documento alerta-se que no sector privado estes trabalhadores tendem a estar associados
a funções de carácter produtivo, enquanto no público desempenham
maioritariamente tarefas administrativas ou auxiliares. É por essa razão que no
privado a remuneração destes trabalhadores “incorpora uma componente de
especialização e de produtividade que não se encontra, em regra no sector
público”.
Para
a realização do estudo não foram tidas em conta as componentes de remuneração
variável, nem foram considerados os efeitos das medidas salariais temporárias
decorrentes das leis dos Orçamentos do Estado de 2011, 2012 e 2013.
O
estudo teve como base uma amostra de 554.362 trabalhadores do sector público e
38.325 trabalhadores de 289 empresas do sector privado. Não incidiu sobre os
órgãos de soberania, não incluindo por isso deputados, juízes, membros do
Governo e funcionários da Presidência da República.
O
estudo, frisou fonte do Ministério das Finanças, “visa perceber o
posicionamento relativo do sector público face ao privado”.
=Público=
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