O secretário de Estado da Inovação e
Empreendedorismo, Franquelim Alves, consta da lista de testemunhas de acusação
do Ministério Público no julgamento principal do caso BPN, mas também integra a
lista de testemunhas de defesa de Oliveira Costa.
"Trabalhei na SLN [Sociedade Lusa de Negócios], ainda que por
um tempo muito curto e com funções específicas, pelo que, mesmo não tendo ainda
sido notificado [para testemunhar], considero esta situação normal",
afirmou o governante à agência Lusa.
Franquelim
Alves assegurou estar disponível para "contribuir para que se faça justiça
e para que os responsáveis por aquilo que são crimes graves sejam
condenados", salientando que "qualquer entidade é livre de arrolar
quem entender como testemunha".
O
secretário de Estado foi, entre Janeiro e Outubro de 2008, administrador para a
área não financeira da SLN, fundada por Oliveira Costa e antiga dona do Banco
Português de Negócios (BPN), com o objectivo de efectuar a reestruturação dos
negócios não financeiros do grupo, nomeadamente, na área da saúde, na hotelaria
e no retalho automóvel, de acordo com o currículo apresentado na página oficial
do Governo.
Refira-se
que, neste processo, existem várias testemunhas comuns à acusação e à defesa,
como por exemplo António José Duarte (ex-director de operações do BPN), que já
foi ouvido durante alguns meses no tribunal onde decorre o julgamento.
Questionado
se, quando for chamado a testemunhar, vai optar por fazer os seus depoimentos
por escrito ou presencialmente, uma vez que as funções governamentais que
desempenha lhe dão essa opção, Franquelim Alves disse que ainda não pensou
nesta questão.
"No momento em que a situação se colocar, terei em conta a
melhor forma, sempre guiado pelo sentido de responsabilidade e de colaboração
com a justiça", afirmou.
O
fundador do banco, José Oliveira Costa, está ser julgado por burla qualificada,
branqueamento de capitais, fraude fiscal qualificada e aquisição ilícita de
acções. Outras 14 pessoas ligadas ao universo SLN, como Luís Caprichoso,
Ricardo Oliveira e José Vaz Mascarenhas, e a empresa Labicer estão também
acusadas por crimes económicos graves.
Em
2008, o banco foi nacionalizado e, em 2011, o Estado vendeu o BPN ao banco de
capitais luso-angolanos BIC Português, por 40 milhões de euros.
No
relatório final da segunda comissão parlamentar de inquérito ao BPN, aprovado a
16 de Novembro de 2012, lê-se que o custo total da sua nacionalização para os
cofres estatais é de, no mínimo, em números redondos, 3,4 mil milhões de euros
e, no máximo, de 6,5 mil milhões de euros.
Ainda
assim, para que fosse este último valor, teria que haver uma depreciação total
dos activos que ficaram na posse do Estado, após a venda ao BIC, o que não é
expectável.
N. M.
PS: Como pode ser? Isto só em Portugal, o Portugal de
hoje!!!!
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