Estudo
apresentado no Dia Mundial da Saúde Oral mostra que há cada vez menos crianças
em Portugal com cáries, mas que, mesmo assim, ainda são 40%.
Cada vez menos crianças com seis e com 12 anos têm cáries, mas
ainda persistem algumas desigualdades a nível nacional, indicam os dados
preliminares do terceiro Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais, que
foi apresentado nesta quarta-feira, em Lisboa, no âmbito do Dia Mundial da
Saúde Oral.
De acordo com o estudo, 60% das crianças com seis anos não têm
cáries, um número que subiu nove pontos percentuais em relação a 2006 e 27
pontos em relação a 2000, quando o número se ficou nos 33%. Ainda assim,
persistem algumas desigualdades, com a Zona Centro do país a ser aquela que
apresenta mais crianças desta idade com cáries: 53%. Segue-se o Norte, com 46%
das crianças ainda com cáries, Lisboa e Vale do Tejo, com 40%, Algarve, com
34%, e Alentejo, com 29%.
Na
apresentação no encontro organizado pela Ordem dos Médicos Dentistas, Cristina
Cádima, do Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral, da Direcção-Geral da
Saúde (DGS), em relação às crianças com 12 anos, explicou que 56% não tinham
cáries, sendo que mais uma vez o Centro é a região com piores resultados, com
51% das crianças desta idade sem cáries, seguido pelo Norte, com 53%, Algarve e
Lisboa e Vale do Tejo, ambos com 58%, e Alentejo, com 53%. A recolha dos dados
foi feita de forma aleatória e a amostra foi constituída por cerca de 2600
crianças dos grupos etários dos seis e dos 12 anos.
Menos dentes estragados e mais dentes tratados
O estudo avaliou ainda a média do número de dentes com cáries, perdidos ou obturados (tratados) que as crianças tinham (o chamado índice CPOD) e também aqui se registaram algumas melhorias. Como o programa começa aos seis anos, o índice focou-se nas crianças com 12 anos e percebeu-se que cada uma tinha, em média, 0,77 dentes cariados, perdidos ou obturados, quando em 2006 este número ficava nos 1,48. Relativamente a este índice, a meta definida pela Organização Mundial de Saúde, a atingir até 2020, corresponde a 1,50, pelo que Portugal já ultrapassou confortavelmente a meta.
O estudo avaliou ainda a média do número de dentes com cáries, perdidos ou obturados (tratados) que as crianças tinham (o chamado índice CPOD) e também aqui se registaram algumas melhorias. Como o programa começa aos seis anos, o índice focou-se nas crianças com 12 anos e percebeu-se que cada uma tinha, em média, 0,77 dentes cariados, perdidos ou obturados, quando em 2006 este número ficava nos 1,48. Relativamente a este índice, a meta definida pela Organização Mundial de Saúde, a atingir até 2020, corresponde a 1,50, pelo que Portugal já ultrapassou confortavelmente a meta.
Além
disso, verifica-se que a percentagem de dentes tratados (61%) cresceu, o que
também significa que se está a conseguir garantir o acesso aos tratamentos
médicos. Em 2006, além do índice ter um valor superior, só 44% representavam
dentes obturados. Em 2000 eram 18%.
O
estudo surge numa altura em que os chamados cheques-dentista, criados em 2008
pela então ministra da Saúde, Ana Jorge, já contam com cinco anos de existência
e quando estão em curso vários programas de sensibilização e prevenção junto
das escolas. Segundo o balanço feito na conferência pelo coordenador do
Programa de Promoção da Saúde Oral da DGS, Rui Calado, os cheques-dentista já
permitiram fazer quase cinco milhões de intervenções dentárias junto das
populações definidas como prioritárias: mulheres grávidas, idosos, crianças e
jovens e doentes com VIH/sida.
Aposta nos jardins-de-infância
Quanto ao futuro, o responsável acredita que o caminho passa por apostar ainda mais na prevenção e intervir mais cedo, nomeadamente junto dos jardins-de-infância, para continuar a convergir com as metas da Organização Mundial de Saúde para a saúde oral.
Quanto ao futuro, o responsável acredita que o caminho passa por apostar ainda mais na prevenção e intervir mais cedo, nomeadamente junto dos jardins-de-infância, para continuar a convergir com as metas da Organização Mundial de Saúde para a saúde oral.
No
encerramento da conferência, o ministro da Saúde destacou as escolas como
“autênticas instituições promotoras da saúde oral” e anunciou que o projecto
SOBE, que intervém nas bibliotecas escolares, juntando a DGS, o Plano Nacional
de Leitura e a Rede Nacional de Bibliotecas Escolares, acaba de vencer os World
Dental Hygienist Awards.
Depois,
em declarações aos jornalistas, Paulo Macedo adiantou que pretende manter o
projecto dos cheques-dentista. “Queremos manter os tratamentos à população”,
garantiu o ministro da Saúde, dizendo que está a conversar com a Ordem dos
Médicos Dentistas no sentido de com a actual verba conseguir chegar a mais
pessoas.
Questionado
sobre se está em estudo a criação de um programa de rastreio para o cancro
oral, pedido por muitos dos profissionais do sector, Macedo explicou que se
estão a delinear planos com a DGS, mas que ainda é preciso ver, em termos
financeiros, quais as possibilidades. A este propósito, o director-geral da
Saúde, Francisco George, sem adiantar verbas necessárias, disse que o objectivo
passa por conseguir fazer 5000 biopsias num ano.
=Público=
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