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sexta-feira, 1 de março de 2013

«A TODOS OS QUE CRITICAM AS MANIFESTAÇÕES»




















“Caros” concidadãos…

Estejam no governo ou fora dele, mas apoiando, geralmente, as medidas adoptadas pelos que lá estão – no poder deste país – e que, sempre que os portugueses, convocados ou convidados a manifestar-se pelos sindicatos ou partidos da oposição, só abrem a boca para criticar todos os que saem às ruas do país, na maioria das vezes apontando “todos os mafarricos do inferno” aos que entoam «Grândola Vila Morena», como abririam se se tratasse de “E Depois do Adeus”, “Os Vampiros” ou outra qualquer canção considerada de intervenção.

Poderia, “caros” senhores e senhoras, digníssimos concidadãos, que, se houvesse uma melhor e mais isenta justiça em Portugal, muitos estariam à sombra, e muitas tamnbém, enquanto que o Zé Povinho teria todo o prazer de lhes pagar comida e dormida durante todo o tempo que permanecessem no chelindró.

Eles criticam as belas canções de Zeca Afonso ou de Paulo de Carvalho, do mesmo modo que criticariam os sambas ou demais canções de nossos irmãos brasileiros que possam mexer com o íntimo dos que prevaricam continuamente e ficam impunes, impávidos e serenos, sabendo que com eles não há justiça que pegue.

Se e quando um indivíduo com responsabilidades máximas na governação nacional indica os caminhos da emigração aos seus cidadãos, deveria ser detido por falta de pudor, por falta de patriotismo e por falta de sentimentos morais, pois sabem perfeitamente que para tornar a levantar o país, todos somos poucos.

Mas, eles não querem que o país volte a levantar-se. Preferem mantê-lo no fundo da fossa onde o colocaram, com o povo a suportar todo o peso da “crise” tão propalada e que, eles sabem muito bem que a mesma crise se deve às péssimas práticas políticas e de governança que têm guiado a maioria dos políticos dominantes do país.

Mas, não se limitam a criticar as canções, os sambas ou baiões, as manifestações populares; criticam tudo e todos os que não alinhem pelo mesmo diapasão que eles, logo, todos são “baptizados” de extremistas de esquerda, de comunistas e são mimoseados com todos quantos os apodos que lhes venham à cabeça, por sinal bem oca que possuem, imaginando-se os sabichões das dúzias, aliás os únicos a saber que direcção dar ao país e ao povo.

Antes de Abil de 1974 não havia o direito ao voto, não havia qualquer liberdade de expressão, não existia ainda a Internet e a troca de ideias entre cidadãos de diversos países e de diversas cores políticas, mas já havia aqueles que protestavam contra o regime então em vigor, o que os levava às masmorras da Pide, ao desaparecimento, ao desterro para as ex-colónias africanas, de onde, por vezes, alguns conseguiam fugir para países europeus que lhes davam asilo, a troco do seu trabalho.

Com a Revolução dos Cravos, pensou-se a princípio que se tinha conseguido extirpar Portugal todos os fantasmas do fascismo, que afinal, como se pode verificar hoje, se mantêm vigorosamente activos e críticos para com todos aqueles que no auge do desespero por não poderem trabalhar, dar de comer e de vestir aos filhos, que os vêm crescer sem futuro, que não podem pagar as propinas no ensino superior, numa atitude de divisão entre as classes sociais, dando apenas possibilidades aos filhos dos ricos, mesmo que estúpidos como tamancos ou chancas, e, com certa alarvidade se riem na Assembleia da República quando os partidos de esquerda apresentam propostas de isenção de propinas aos mais pobres, negando tudo quanto venha desse lado do hemiciclo, porque se sentem comodamente sentados nos cadeirões que garantem o poder quase absoluto.

E, da mesma forma e da mesma cor, apesar de existir um presidente da República, que deveria imitar Bento XVI e resignar, se limita à prática de longos e ruidosos tabus, promulgando leis feridas de inconstitucionalidades várias.

Portanto, daqui e agora rogo a Deus que ajude todos os que lutam denodadamente contra uma nova forma de fascização do país, seja através de manifestações de rua quer através da entoação de canções de intervenção, que, pelos vistos, incomodam os “supostos senhores” do país que é Portugal.

Temem apenas a exaltação de um povo mártir e martirizado, que diariamente vê aumentar o desemprego e o ganha-pão da cidadania, vendo ao mesmo tempo descer o valor do seu suor, que de modo algum recebe o valor merecido, para júbilo dos que fogem aos impostos e colocam os fabulosos lucros em paraísos fiscais.

Viva Portugal livre de fantasmas e espectros do passado vergonhoso que se viveu durante meio século, tempo que durou a ditadura, sendo necessário cortar as grilhetas que diariamente lhes colocam nos pulsos, retirar as mordaças que lhes colocam na boca, libertar Portugal do neo-fascismo que tenta apoderar-se de tudo.

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