Ministro das
Finanças afirmou na terça-feira que o programa assinado com a
"troika" não foi bem desenhado, o que "impediu a concretização
plena dos montantes de ajustamento orçamental que estavam previstos".
Passos Coelho
considera que o programa de ajustamento financeiro para Portugal não está
"mal desenhado", como afirmou o ministro das Finanças. Para o chefe
de Governo, o problema é de "calibragem". O primeiro-ministro
corrigiu as palavras de Vítor Gaspar esta sexta-feira, no Parlamento.
"Não há nenhum problema no desenho no programa de assistência, que respeita três pilares: reforma estrutural do Estado, estabilização do sistema financeiro e controlo das contas públicas", começou por defender Passos Coelho. "O que provavelmente aconteceu – e não é de agora, mas desde 2011 – é que na calibração do programa, nas metas fixadas, havia uma base de partida que não estava ajustada", sustentou o chefe de Governo, em resposta a uma interpelação do secretário-geral do PCP.
Na terça-feira, o ministro das Finanças criticou o desenho do programa. "Em 2011, não obstante um esforço bastante considerável de controlo orçamental e medidas orçamentais que não estavam previstas no programa original, a forma como estava desenhado o programa impediu a concretização plena dos montantes de ajustamento orçamental que estavam previstos."
A 19 de Novembro de 2012, o mesmo Vítor Gaspar apresentou uma leitura algo diferente. "Se me pergunta se eu teria feito ou proposto algo de diferente durante este período, certamente que sim. No entanto, parece-me que o diagnóstico deste programa de ajustamento está correcto e, consequentemente, é um programa de ajustamento bem adaptado a Portugal", referiu Vítor Gaspar na conferência de imprensa de apresentação de resultados da sexta avaliação da "troika".
Esta sexta-feira, e depois do ministro das Finanças ter dito que o programa passou de "bem adaptado" a mal desenhado, Passos Coelho defendeu que o problema é na calibragem.
"Arma de destruição maciça"
Jerónimo de Sousa quis saber o que afinal falhou no programa e interpelou Passos Coelho a este propósito. "Continua a persistência na ideia de que estamos no bom caminho, mesmo depois daquela desgraçada avaliação da 'troika'. [Mas temos] mais desemprego, recessão, pobreza, injustiças, menos apoio social do Estado... Afinal, o que falhou? CDS e PSD dizem que foi o desenho da 'troika', o PS diz que é uma questão de forma e de incompetência. Não será antes questão de substância?", questionou Jerónimo de Sousa.
Na opinião do líder comunista, a política seguida pelo Governo é uma "arma de destruição maciça". "Há um problema de comunicação, não entre nós, mas entre si e a realidade nacional. O desemprego não é um problema, é uma tragédia. A recessão está a pôr o país a andar para trás, é dramático. Nem uma medida se perspectiva para um futuro melhor para Portugal e os portugueses. Há uma alternativa a este rumo de desastre - a demissão deste Governo", disse ainda o líder do PCP, anunciando o voto favorável à moção de censura que o PS vai apresentar contra o Governo.
Já Passos Coelho garantiu estar "atento ao que se passa no país, designadamente o desemprego" e "a trabalhar para alterar a situação". Jerónimo não gostou da resposta. "Põe esse ar ternurento, como quem está preocupado com o desemprego, mas prepara-se para despedir milhares de trabalhadores da função pública", referiu o líder do PCP.
O primeiro-ministro garantiu que o objectivo não é o despedimento, sustentando que é por isso que estão em curso conversações com os sindicatos.
"Não há nenhum problema no desenho no programa de assistência, que respeita três pilares: reforma estrutural do Estado, estabilização do sistema financeiro e controlo das contas públicas", começou por defender Passos Coelho. "O que provavelmente aconteceu – e não é de agora, mas desde 2011 – é que na calibração do programa, nas metas fixadas, havia uma base de partida que não estava ajustada", sustentou o chefe de Governo, em resposta a uma interpelação do secretário-geral do PCP.
Na terça-feira, o ministro das Finanças criticou o desenho do programa. "Em 2011, não obstante um esforço bastante considerável de controlo orçamental e medidas orçamentais que não estavam previstas no programa original, a forma como estava desenhado o programa impediu a concretização plena dos montantes de ajustamento orçamental que estavam previstos."
A 19 de Novembro de 2012, o mesmo Vítor Gaspar apresentou uma leitura algo diferente. "Se me pergunta se eu teria feito ou proposto algo de diferente durante este período, certamente que sim. No entanto, parece-me que o diagnóstico deste programa de ajustamento está correcto e, consequentemente, é um programa de ajustamento bem adaptado a Portugal", referiu Vítor Gaspar na conferência de imprensa de apresentação de resultados da sexta avaliação da "troika".
Esta sexta-feira, e depois do ministro das Finanças ter dito que o programa passou de "bem adaptado" a mal desenhado, Passos Coelho defendeu que o problema é na calibragem.
"Arma de destruição maciça"
Jerónimo de Sousa quis saber o que afinal falhou no programa e interpelou Passos Coelho a este propósito. "Continua a persistência na ideia de que estamos no bom caminho, mesmo depois daquela desgraçada avaliação da 'troika'. [Mas temos] mais desemprego, recessão, pobreza, injustiças, menos apoio social do Estado... Afinal, o que falhou? CDS e PSD dizem que foi o desenho da 'troika', o PS diz que é uma questão de forma e de incompetência. Não será antes questão de substância?", questionou Jerónimo de Sousa.
Na opinião do líder comunista, a política seguida pelo Governo é uma "arma de destruição maciça". "Há um problema de comunicação, não entre nós, mas entre si e a realidade nacional. O desemprego não é um problema, é uma tragédia. A recessão está a pôr o país a andar para trás, é dramático. Nem uma medida se perspectiva para um futuro melhor para Portugal e os portugueses. Há uma alternativa a este rumo de desastre - a demissão deste Governo", disse ainda o líder do PCP, anunciando o voto favorável à moção de censura que o PS vai apresentar contra o Governo.
Já Passos Coelho garantiu estar "atento ao que se passa no país, designadamente o desemprego" e "a trabalhar para alterar a situação". Jerónimo não gostou da resposta. "Põe esse ar ternurento, como quem está preocupado com o desemprego, mas prepara-se para despedir milhares de trabalhadores da função pública", referiu o líder do PCP.
O primeiro-ministro garantiu que o objectivo não é o despedimento, sustentando que é por isso que estão em curso conversações com os sindicatos.
=Renascença=
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