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quarta-feira, 13 de março de 2013

«O ESCRITO SAGRADO QUE REVELA A PALAVRA DE DEUS»


A Bíblia contém os livros sagrados de judeus e cristãos. O Velho Testamento hebreu inclui textos datando do século X a. C. Mais tarde, os cristãos acrescentaram o seu Novo Testamento, inspirado pela vida de Jesus.

Cristãos e judeus, ambos reverenciam a colectânea de textos antigos contidos no Velho Testamento como uma escritura inspirada e acreditam que nas suas páginas encontram a palavra de Deus. Mas interpretam a sua inspiração divina de modo diferente. Muitos judeus ortodoxos, por exemplo, estão convencidos de que todas as palavras do Pentateuco (os cinco primeiros livros da Bíblia) foram reveladas a Moisés no monte Sinai.

Alguns protestantes insistem que todas as histórias da Bíblia são a verdade factual.

Outros judeus e cristãos têm uma visão menos literal e olham para o material bíblico como simbólico e mítico, em vez de um repositório de acontecimentos históricos.

A História era importante para os escritores bíblicos. Quer os judeus quer os cristãos acreditam que Deus se revelou nos acontecimentos reais do mundo verdadeiro. A Bíblia hebraica consiste em narrativas que traçam a história do povo de Israel em oráculos proféticos que mostram a intervenção de Deus nos acontecimentos políticos e sociais de cada dia e em colecções de cãnticos e provérbios que dão conselhos práticos para viver na via correcta em consonância com a vontade de Deus.

Os cristãos acreditam  que Deus entrou na História na pessoa de Jesus de Nazaré.

Acrescentaram à Bíblia hebraica as suas próprias escrituras, redigidas em grego – o Novo Testamento. Este consiste nas epístolas de São paulo e dos discípulos de Jesus e nas narrativas da vida do Nazareno, contadas por S. Mateus, S. Marcos, S. Lucas e S. João.

Os cristãos continuam a reverenciar as escrituras judaicas (o Velho Testamento), que vêem como o prelúdio de Jesus, a última palavra de Deus à humanidade.

Contudo, os escribas bíblicos não tinham pretensões à mesma espécie de objectividade que caracteriza um historiador moderno. Os autores da Génese – o primeiro livro da Bíblia – incluíram duas versões diferentes da criação e do dilúvio. Da mesma forma, os escritores cristãos oferecem descrições diferentes de alguns acontecimentos, como a ressurreição.

Todos os redactores estavam sobretudo preocupados com o significado divino dos eventos que relatavam.

As partes mais antigas do Pentateuco foram escritas provavelmente por volta do século X a. C., embora alguns especialistas as datem do século VII a. C. ao século VI a. C.

Os livros da Sabedoria, por seu lado, foram provavelmente redigidos no século II a. C. Já o Novo Testamento foi escrito entre 50 e o século II.

Os fragmentos mais antigos que sobrevivem do texto hebreu são os papiros de Nash, encontrados no Egipto em 1902, e os manuscritos do mar Morto, descobertos em 1947 em grutas su«ituadas a cerca de 25 km de Jerusalém.

Partes da Bíblia foram traduzidas em mil e quinhentas línguas. A primeira tradução latina foi da autoria de S. Jerónimo nos primórdios do século V, formando a base do que se denomina a Vulgata, a versão autorizada da Bíblia para a Igreja Católica.

A preocupação com a verdade literal das Escrituras é um produto da modernidade ocidental.

No século XVI, quando os europeus iniciaram a sua revolução científica, começaram a tentar encontrar na Bíblia o mesmo tipo de facto verificável que procuravam  em laboratório. Os filósofos do iluminismo no século XVII, questionaram o cristianismo e a existência de um Deus.

No século XIX, a teoria da evolução do naturalista Charles Darwin causou controvérsia, pois contradizia o Livro do Génesis.

Estas visões discordantes tornaram o estatuto das Escrituras problemático para muitos judeus e cristãos nos dias de hoje.

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