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domingo, 17 de março de 2013

«O CAPITALISMO»



A imprecisão acerca do que é o capitalismo, nomeadamente como sistema económico-político, tem conduzido ao alargamento da sua existência a épocas muito recuadas. Esse exagero pode levar a falar num “capitalismo medieval” pela aceitação de actividades mercantis (sobretudo internacionais) e de fenómenos financeiros como empréstimos a juro. E pode mesmo conduzir a falar num “capitalismo peninsular” ma época da dominação romana…

Hoje aceita-se que o conceito só é aplicável a uma realidade contemporânea.

De facto, o capitalismo é um sistema de organização económica (e também organização social, política, cultural e ideológica, constituindo uma unidade que historicamente se move com desfasamentos relativos – por exemplo, o ideológico não surge nem se transforma em sincronia perfeita com o económico e o político).

Caracteriza-se antes de mais nada sob o aspecto económico por ser uma actividade dirigida pelo proprietário privado de meios de produção que, empregando pessoal assalariado, tem em vista obter um lucro através da venda dos produtos, o que exige um mercado universalizado e pressupõe a acumulação de meios materializados na propriedade dos meios e instrumentos de trabalho.

Historicamente, a situação complica-se pela circunstância de normalmente, surgindo o capitalismo de outro ou outros sistemas de organização económica, nem sempre eliminar totalmente, antes subordinando-os e marginalizando-os.

Podem existir deste modo fenómenos económicos de tipo capitalista sem existir o capitalismo; tal sucederá desde que esses fenómenos não dirijam o sistema económico na sua globalidade, encontrando-se por seu turno subordinados a organizações da vida económica não capitalista.

Nestas condições, podemos assinalar a existência de fenómenos de tipo capitalista  ou paracapitalista desde a época medieval, muito embora o capitalismo só tenha surgido em Portugal há pouco mais de um século.

Acresce, além disso, que, como é natural, o sistema económico capitalista como sistema dominante na sociedade portuguesa, com uma história de ordem de cem a cento e cinquenta anos no máximo, evoluiu e sofreu transformações tanto internas como no seu entrosamento com outros sistemas de organização concomitantes tornados residuais em escala crescente.

Hoje é possível, assinalar a existência de «ilhas» de actividades económicas do tipo paracapitalista dependentes e no fundo ao serviço da organização dominante de raíz feudal-senhorial.

E os protocapitalistas manifestam-se nas actividades mercantis ao nível do comércio interno e externo, graças aos baixos salários praticados e graças também a governos que acobertam apenas os detentores da riwueza, que não distribuem de forma conveniente, fazendo com que a população possa auferir salários condignos, enaunto eles obtêm cada vez maiores lucros, sendo aos trabalhadores que o governo rouba para poder dar aos bancos e aos capitalistas, sejam de que tipo forem.

São aqueles a quem popularmente se designam por abutres e tubarões do capitalismo e que, no fundo, não passam de parasitas acompanhados de outros parasitas, os políticos, que parecem sentir prazer em marginalizar e espezinhar o povo trabalhador, que hoje sentes grandes dificuldades em encontrar um simples emprego, pois mesmo em crise económica, preferem manter a cidadania no desemprego, na fome e na miséria, no que são apoiados por governantes que os acobertam completamente.

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