O coordenador do Bloco de Esquerda (BE) João
Semedo afirmou sábado à noite, no Porto, que "era bom que o PS começasse a
dizer não ao memorando e à troika", para que Portugal possa ter "futuro"
e as esquerdas possam ser "mais fortes".
Semedo abriu o comício que o BE realizou ontem no Teatro do Campo
Alegre, naquela cidade, no qual também interveio a outra coordenador bloquista,
Catarina Martins.
"António
José Seguro diz que Portugal tem futuro, mas tem futuro com outra política, sem
aquele programa de assistência financeira" que Portugal assinou com a
União Europeia, o Banco Central Europeu e o FMI", sustentou Semedo na sua
intervenção.
O
dirigente alegou que "não se pode estar do lado da oposição e ao mesmo
tempo da austeridade".
"Para
que Portugal tenha futuro, era bom que o PS se afastasse e começasse por dizer
não ao memorando e à troika".
Desse
modo, argumentou, "as esquerdas seriam mais fortes", João
Semedo disse também que "há muita gente neste país que fala de outra
maneira".
"Falaram
no 15 de Setembro e no 2 de Março e nós ouvimos a sua voz. Milhares de pessoas
disseram que estão fartos e que não aguentam este Governo e nós percebemos bem,
porque também não aguentamos este Governo", afirmou.
"É
junto a essas pessoas que está o Bloco de Esquerda", salientou.
Tal
como Catarina Martins, defendeu também a demissão do Governo, pois sem isso,
referiu, "não conseguimos interromper esta política".
João
Semedo afirmou que não vale a pena contar com o Presidente da República.
"Cavaco
é um presidente em crise, que não está à altura da crise", acrescentou,
naquela que foi a sua única referência directa ao chefe de Estado.
João
Semedo atacou ainda o Governo por insistir na mesma "receita" para
combater a crise social e económica, uma vez que "o resultado de um ano
meio de Passos Coelho e Paulo Portas" é um país que "todos os dias
fica um pouco mais pobre".
O
possível corte de 4.000 milhões de euros na despesa social também esteve
presente na sua intervenção. Para João Semedo, "aquilo em que ainda não
houve entendimento [entre o Governo e a troika] é na forma de enganar aos
portugueses" sobre como e a que "ritmo" esse corte vai ser feito.
O dirigente acrescentou que "austeridade às prestações não
deixa de ser austeridade".
"O
problema está na austeridade e não no seu ritmo.
A austeridade pode ser a
prestações, mas a fome e a miséria chegam a pronto e é isso que não podemos
aceitar", especificou.
N. M.
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