Num país designado periférico da Europa, existia uma bela
rapariga, que vivia numa aldeia que tinha próxima uma bela floresta de pinheiros
e eucaliptos, e também carvalhos e outras árvores.
Por acaso ainda não tinham ardido nos muitos incêndios
que todos os verões atacavam as florestas e matas desse país.
A bela moçoila vivia enamorada de um rapaz da mesma
aldeia, mas em silêncio, devido ao seu pudor e à sua timidez, e também porque
deveria ser ele a declarar-se e não ela. As raparigas adoram ser conquistadas,
e aquela não era excepção.
Ora, do outro lado da floresta, numa casa já muito
antiga, vivia sozinha a sua avó, que tinha preferido viver sozinha que com um
genro que não gostava dela e dizia à boca-cheia que as sogras devem ir morrer
longe.
Mas, sua filha, mãe daquela a quem todos chamavam “Capuchinho Vermelho”, uma vez que quer de Verão quer de Inverno, usava uma espécie de túnica com um capuz vermelho, como a túnica, e que todas as tardes, após ter concluído as tarefas que lhe estavam destinadas quer pelo pai quer pela mãe, e sem que o pai soubesse, se deslocava a casa de sua avó, levando-lhe algo de comer e de beber, porque isso de comer sem beber não se usava naquela aldeia.
Uma bela manhã de sol, quando regressava do campo, viu
que o tal rapaz de quem se sentia enamorada, ensaiava uma pele de lobo, que
reservava para o Carnaval do próximo ano. É evidente que ele não sabia que
estava a ser observado pela bela moça da aldeia, cujos pais eram aquilo que se
diz bem remediados.
Chamava-se Pedro e dela poucos sabiam o nome, podendo
afirmar-se que só om padre, a professora e os pais, e umas amigas de escola,
que tinham jurado não o pronunciar diante de terceiros.
Portanto, todos a tratavam por “Capuchinho Vermelho”, e
conforme o tempo passava a tornavam cada vez mais apetitosa, e tinha plena
consciência dos apetites que despertava nos rapazes e homens da aldeia.
E foi numa ida a casa da avó que, subitamente, viu
surgir-lhe pela frente, quando descansava da caminhada, até porque estava calor
nessa tarde, um lobo com a pele igual àquela que tinha visto ser ensaiada pelo
Pedro.
Simulando não o ter visto, começou a “descascar-se”, para
poder receber no seu corpo de fina pele, o ar fresco que as árvores davam.
Ora, vendo aquele maravilhoso espectáculo, que mostrava
as suas partes mais íntimas, o lobo ficou sem saber que fazer, de tal modo
desarmado para semelhante eventualidade.
Mas, o melhor será ver a imagem que consegui da cena na
floresta desse país periférico da Europa, que possui o melhor povo do mundo e
muito belas moçoilas, com tudo o que lhes faz falta, mas também a todos os
homens de boa vontade.
Penso que nessa tarde, se chegou a ir a casa da avó, terá
chegado muito mais tarde que o costume.
Sem comentários:
Enviar um comentário