Cólera,
frustração, autocomiseração, todas as chamadas emoções negativas têm,
geralmente, um efeito pernicioso sobre o rendimento pessoal; criam tensões,
gastam energias e desviam a atenção da tarefa prioritária.
A capacidade
de recuperar dos reveses e de conseguir abstrair-se das distracções de todos os
tipos, é uma característica comum a todos aqueles que já viveram alguns bons
anos.
Muitos
utilizam estratégias mentais destinadas a manter uma atitude positiva, quer o
problema seja uma provocação por parte de um adversário, quer sejam os próprios
lapsos de concentração, quer ainda o burburinho geral ou a tensão decorrente de
uma prova importante.
De vez em
quando, surge alguém que utiliza a raiva para tentar elevar o seu nível. A
cólera (ou, pelo menos, aquilo que para os observadores passa por isso),
torna-se então uma força positiva, não uma emoção negativa
As
competições foram durante muito tempo incentivadas como formadoras do carácter,
promovendo o “desportivismo” e a competitividade saudável, entre outras
qualidades.
As crianças
têm a tendência natural para usar os desportos como bitola pela qual medem asa
capacidades próprias e as dos outros.
Mas, cada
vez mais surgem alertas para o facto de, nas competições infantis, organizadas
por adultos, se desprezar o ensino dos valores tradicionais e a valorização da
destreza motora, pondo a ênfase numa vitória a qualquer preço.
Assim
acontece quando, em adultos, se dedicam à autodesignada arte de servir o país e
seu povo, acabando fatalmente no acto de se servirem pessoalmente.
Quando se
lembraram de inventar um dia de reflexão após uma infeliz campanha, onde se
degladiaram verbalmente uns e outros, foram muito infelizes já que esse dia
serve apenas para aprofundar as diferenças e fazer com que possa aumentar o
número de boletins em branco ou nulos, metidos nas urnas no dia seguinte.
Ninguém mudará
de ideias sobre o que sente em relação a uns e a outros, razão pela qual se
deveria exigir que acabe este dia ao qual chamam de “reflexão”.
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