Se possuem virtudes, são tão ténues que
dificilmente delas nos apercebemos. Resta ver se eles foram concebidos a mentir
e se assim foi, deveriam desde a infância ter sido submetidos a um método de
orientação que, exactamente os conduzisse ao caminho da rectidão … da verdade.
Quando um político fala, tomando ares de
seriedade, pouco adianta lastimar-se, erguer as mãos ao céu, pedir a Deus que
os cale. Pessoalmente, em determinados casos, mudo de canal televisivo e
recuso ler nos jornais tudo quanto dizem, sentindo-me diante de uma tarefa
esmagadora e de um obstáculo intransponível, raciocinando com calma.
É difícil ser um comerciante honesto, um
empregado consciencioso, um magistrado íntegro, um patrão justo, um médico
devotado, um advogado de talento. É a própria vida que é difícil, se se quer
resistir às solicitações do interior e do exterior, se se deseja repelir os
maus conselhos e os compromissos.
Ser um político sério, que odeie a mentira,
que as não profira constantemente, pois pensa que só obtém êxito na “sua missão”
se se limitarem a mentir-nos, ora prometendo melhor nível de vida, ora novas
formas de estar na “sua arte”, desencadeando todo um churrilho de mentiras que sabe serem o que são.
Logo, os políticos são o que são, sabem que o
são, mas sabem também que, se se recusarem a mentir, o povo deixa de os ouvir e
de pretender acreditar no que dizem, de tal modo é tão maltratado, precisamente
para que eles possam ser como são.
Educar uma criança – e com maior razão várias
delas – supõe uma luta que é preciso travar e ganhar a toda a hora. E nunca se
sabe bem o desastre que um erro, e menos que isso, que uma falha estratégica ou
táctica pode causar.
Mas, se tudo é tão difícil – e é-o – porque nos
esforçarmos para torná-lo ainda mais difícil?
Reconhecemos, por exemplo, que uma grande obra da educação é impossível
sem autoridade. Daí se retirar aos professores, educadores e mestres toda a
autoridade. E sem autoridade, nascem aqueles que mais tarde se tornam nos
monstros que dirão – se lho permitirem – estarem aptos a governar o país. E
porque se mina essa autoridade?
Primeiro, em nome da democracia, que também
não respeitam, da forma como se encaram hoje os comportamentos humanos desde a
infância à adolescência e até à idade adulta, permitindo que os mais jovens
sejam quem mais ordena em casa, transportando esse poder para a escola, onde os
professores se limitam a explicar e tentar cativar a curiosidade dos seus
alunos, mas em vão, já que as novas tecnologias – e por culpa dos pais que lhas
oferecem – pouco mais são que figuras de corpo presente, uma vez que não mais
pode manter a disciplina necessária para que dali saiam mulheres e homens
íntegros, porque os maus hábitos e usos já começaram a sua devastação, sem
hipóteses de qualquer retorno.
Por isso, senhoras e senhores, os políticos
são aquilo que são e dali não saem!
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