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sexta-feira, 20 de setembro de 2013

«A REVOLUÇÃO FRANCESA»


A solicitação da igualdade caracterizou a Revolução Francesa que, gosto de recordá-lo, forneceu o guarda-jóias histórico no qual apareceu pela primeira vez a bandeira preta, com a qual simpatizo, e que flutuou sobre as torres de Notre-Dame no dia 9 de Março de 1793 o que, como ensaio, era um golpe certeiro.

Parece-me que a fraternidade dispôs também, para se estender como um estandarte, do espaço de um século que vai dos dias de 1848-1830 é um caso à parte até 1936, passando por 1871 e pela Comuna. 1789 permitiu o advento da democracia e do cidadão nos seus princípios, o segundo período possibilita o advento do socialismo e do trabalhador.

Sobre esta figura singular só vejo o estudo de Junger, que fez do Trabalhador a circuinstância de uma sociedade e de um mundo, nos quais a economia e o destino significam a mesma coisa.

Esta nova figura está dotada do poder de se representar a si mesma e, para si própria, como um todo.

Longe dos burgueses, cujo estatuto os incapacita de apreender o que faz a totalidade e o essencial de uma globalidade, o trabalhador apreende-se a si mesmo no registo de uma força actuante, de uma entidade do trabalho que se descobre na, pela e para a acção.

A força e a potência e, depois, a postura, o tipo e o carácter, instalam-no como alternativa no mundo em que surge.

O trabalhador mobiliza o mundo no registo exclusivo da técnica, que é menos o meio para chegar aos fins radiosos ou às satisfações terrestres, materiais e triviais, do que a ocasião para determinar uma nova classe, uma categoria a que Junger chama raça.  Perante os esgotamentos, as percas de energia da civilizações, o trabalhador torna-se reinvindicação categórica de uma nova vitalidade, solicitando a planetarização do domínio que exerce.

Este domínio, manifesto no mundo do trabalho, tomará impulso generalizado que fará cair as barreiras nacionais em benefício de um Estado universal.

Sabemos que a análise de Junger, enraizada no terriço alemão dos anos 30, fornecerá os meios, quer para apreender e compreender, quer para preparar e anunciar o devir da figura do trabalhador nos mundos totalitários e nacionalistas.

Fixemos que a descrição que é feita dessa figura do trabalhador, que os filósofos sempre dispensaram – pelo menos desde Marx – atesta a actuação de uma dinâmica cuja genealogia provém do século XIX.

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