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quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Por favor, Seguro, não me surpreenda


Há coisas que a gente sente e encontra escrito por outrem que não nós. É o caso da crónica que Ferreira Fernandes publica hoje no Diário de Notícias e que abaixo transcrevo para aqueles que possam não a ter lido. 

De facto, o PS "precisa" de ser oposição, "deve" ser oposição. Mas para que tal aconteça, importa encontrar um líder com força e que convença. Não é o caso do actual. Todos nós sabemos que eles existem, têm nome e têm rosto. Porque é que se resguardam tanto? Acredito que um deles se esteja a preparar para Belem. Mas o resto? E o resto até é muito bom. Cheguem-se à frente porque o partido precisa disso.

"Seguro disse: "Irei surpreender os portugueses com futuro Governo." Eu preferia não ficar surpreendido. Já chega de estranhar sobre como, por cá, é possível chegar a primeiro-ministro ou candidato a primeiro-ministro. Das próximas vezes preferia não estranhar e passar logo à fase de entranhar políticos capazes. Eficazes e sem conversa mole em entrevistas. Que não chamem "laboratório de ideias" àquilo de pensar como vão governar, nem "viveiro" ao lugar onde vão buscar os potenciais governantes. Não os quero enxertados, só bons políticos. E era simplesmente assim que gostava que eles me fossem apresentados por quem se farta de dizer "deixe-me dizer-lhe com muita clareza." Mas houve um momento da entrevista de Seguro de que gostei. Ele recordou que haver crise política ou não "depende do dr. Pedro Passos Coelho e do dr. Paulo Portas porque eles dispõem de maioria absoluta."Boa malha! São coisas assim, simples, não surpreendentes, que quero na vida política: com muita clareza (não dita, mas aplicada), mostrar contradições dos adversários. Depois, Seguro disse que a crise política começou quando Portas disse publicamente: "Se me perguntarem se eu sabia das medidas da TSU, eu respondo que não..." Ora, o que Portas disse, na altura, foi: "Se me perguntarem se eu soube [da TSU], claro que soube." Está a ver, Seguro, as surpresas que eu não quero? Um candidato a primeiro-ministro, citando mal, a estragar um seu bom argumento..."


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