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terça-feira, 17 de setembro de 2013

«RENASCE O SENTIMENTO DE REVOLTA POPULAR»

Portugal debruça-se sobre si próprio por razões opostas e óbvias.

Também ele conheceu um tempo de primícias fulgurantes, mas esse tempo está hoje muito longe.

Tendo chegado demasiado cedo, transtornou o mundo inteiro, depois deixou-se declinar: dessa queda, tive eu um dia a revelação. Uma velha, de aspecto banal, contemplava um velho retrato de Filipe III: “Um louco, disse eu. Ela virou-se para mim: “Foi com ele que começou a nossa decadência”

Eu sentia-me no cerne do problema. “A nossa decadência!” Deste modo, pensava eu, a decadência é em Portugal um conceito corrente, nacional, um cliché, um lema oficial.

Eis a nação que, no século XVI, oferecia ao mundo todo um espectáculo de magnificência e de loucura, reduzida à codificação do seu próprio entorpecimento.

Se tivessem tido tempo para tanto, os últimos romanos não teriam, sem dúvida, procedido de outro modo; mas não podiam ruminar o seu fim: os Bárbaros assediavam-nos já.

Com mais sorte, os Portugueses tiveram todo o vagar (quatro séculos!” para meditarem nas suas misérias e impregnarem-se delas.

Tagarelas por desespero, improvisadores de ilusões, vivem numa espécie de aspereza cantante, de não seriedade trágica, que os salva da vulgaridade, da felicidade e do sucesso.

Mesmo que um dia troquem as suas manias por outras mais modernas, continuarão marcados por uma tão longa ausência.

Sem condições para se adaptarem ao ritmo da “civilização”, padres ou anarquistas, seriam incapazes de renunciar à sua inactualidade.

Como alcançariam as outras nações, como se poriam em dia, quando esgotaram o melhor de si próprios na ruminação sobre a morte, enterrando-se nela, tornando-a uma experiência visceral?

Recuando ininterruptamente na direcção do essencial, perderam-se por excesso de profundidade. A ideia da decadência não os preocuparia tanto se não traduzisse em termos históricos a sua grande fraqueza pelo nada, a sua obsessão do esqueleto.

Nada tem de espantoso que, para cada português, o seu país seja um problema pessoal. Quando lemos Ganivet, Unanumo, Ortega, damo-nos conta de que, para eles, Portugal é um paradoxo que nos toca intimamente e que ninguém consegue reduzir a uma fórmula racional. Voltam sempre a esse problema, fascinados pela atracção do insolúvel, pois que se tornou símbolo.., não lhes sendo possível resolvê-lo através da análise, meditam sobre todos os D. Quixote, no qual o paradoxo é bem visível. Palpável mesmo.

Não imagino um Valéry ou um Proust meditando sobre a França para se descobrirem a si próprios: país realizado, sem rupturas graves que solicitem a inquietação, país não-trágico, a França não é um caso: tendo vencido, tendo levado a cabo o seu destino, como seria “interessante”?

O mérito de Portugal consiste em propor – ver impor – um tipo de desenvolvimento insólito, um destino genial inacabado e inacabável.

Pensem, senhoras e senhores, no frenesim de que deu provas na sua corrida recente contra os direitos dos portugueses o actual governo, pensem no seu breve anonimato, pensem depois nos conquistadores, no seu banditismo e na sua “piedade”, no modo como associaram o evangelho e o crime, o crucifixo e o punhal. Nos seus melhores momentos, são sanguinários, como convém a toda a política obsessiva pela austeridade verdadeiramente inspirada.


«VALE A PENA LER ESTE DESABAFO…»

«”Enquanto se continuar a ir para as manifestações de mãos a abanar, com os lambe botas dos policias deste país a darem pancada a gente que luta por justiça e pelos interesses das próprias forças policiais não vamos a lado nenhum. Aristides de Sousa Mendes é hoje herói nacional por não ter cumprido a Lei. Está na hora, meus senhores, depois de tudo o que já vi e por amor ao mínimo da nossa e dos nossos filhos, DIGNIDADE, que essa gente começe a morrer e que seja o Povo a fazer a Lei. Por isso meus senhores estou pronto e ofereço-me como voluntários para ingressar na próxima manifestação armado até aos dentes, com mais vinte ou trinta mil para vermos quem de facto manda. Se são esses filhos da puta ladrões de merda ou é o povo. Desculpem a linguagem, mas a merda não se trata com paninhos mansos. Estou farto desta corja, está na hora de os fusilarmos a todos. E não me confundam com Hitler, esse executou milhões de inocentes, eu gostava de executar milhões de vermes corruptos. Já chega. Como Gabriel Pensador diz..."até quanto vais levar porrada??????????????" Como é que se pode consentir que meia duzia de ignorantes, ordinários ponham e disponham daquilo que não lhes pertence sem que ninguém faça nada??? Digam-me??? Como é possivel????? Vamos por em causa a Democracia? Meus queridos amigos ela NUNCA EXISTIU. REIVINDICO JUSTIÇA. O QUE ME APREENDE É SE ESTE POVO MERECE, SE QUER SER LIVRE OU CONTINUAR ESCRAVO. TU QUE QUERES POVO PORTUGUES????? SER ESCRAVO?????????? SER UM PAU MANDADO POR ESSES BANDIDOS QUE TE ROUBAM TODOS OS DIAS? QUE TE GOZAM? E TU ASSISTES IMPÁVIDO E SERENO, MENDIGANDO SEU ESTÚPIDO DE MERDA MORRE AO MENOS COM DIGNIDADE.”»

C. M.


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