Na
ponta final da campanha eleitoral autárquica as afirmações do Governo tornam
cada vez mais claro que o ‘regresso aos mercados’ nunca passou de uma ilusão. A
continuação da política deste governo e da troika está a agravar os bloqueios
que a economia portuguesa enfrenta. Mas existem alternativas - e são urgentes.
O governo tem vindo a afirmar que as
decisões do Tribunal Constitucional (TC) estão a tornar cada vez mais provável
a necessidade de um segundo resgate. Ao insistir nesta ideia, o governo tem três objectivos: 1) desresponsabilizar-se pela crise
económica e social que atravessa o país, 2) justificar as privatizações e os
cortes nos serviços públicos e nas prestações sociais que se prepara para
anunciar com a proposta de Orçamento de Estado (OE) para o próximo ano e 3) ir
instalando na sociedade portuguesa a ideia de inevitabilidade da continuação da
actual estratégia de governação para lá de 2014.
Face a isto, é fundamental compreender e afirmar com clareza que:
Face a isto, é fundamental compreender e afirmar com clareza que:
1º) O Estado português não conseguirá,
tão cedo, financiar-se nos mercados internacionais - mas isto não decorre das
decisões do TC
Portugal tem uma dívida pública superior a 130% do PIB, um endividamento externo historicamente elevado, uma estrutura económica débil e um sector financeiro enfraquecido. O país não dispõe de instrumentos de política económica para lidar com estes problemas e quem deles dispõe – ou seja, as instituições europeias - recusa-se a pô-los em prática, preferindo usar o seu poder de chantagem para impor aos países periféricos e, por arrasto, ao conjunto da UE um modelo de sociedade que não foi sufragado nas urnas.
Portugal tem uma dívida pública superior a 130% do PIB, um endividamento externo historicamente elevado, uma estrutura económica débil e um sector financeiro enfraquecido. O país não dispõe de instrumentos de política económica para lidar com estes problemas e quem deles dispõe – ou seja, as instituições europeias - recusa-se a pô-los em prática, preferindo usar o seu poder de chantagem para impor aos países periféricos e, por arrasto, ao conjunto da UE um modelo de sociedade que não foi sufragado nas urnas.
Nestas condições, a dívida portuguesa é impagável e é isso que explica a persistência das elevadas taxas de juro dos títulos
da dívida portuguesa. É por essa razão que o 'regresso aos mercados' nunca
passou de uma ilusão, usada pelo governo para justificar os sacrifícios até
aqui impostos ao país e aos portugueses.
2º) A estratégia do governo e da troika
não resolve – antes agrava – os bloqueios que economia portuguesa enfrenta
Segundo o governo, a destruição dos
serviços públicos e a desregulação das relações de trabalho são o caminho para
sair da crise. No entanto, após três anos de austeridade tornou-se ainda mais
claro que esta estratégia não resolve, antes agrava, os bloqueios que a
economia portuguesa enfrenta – desde logo, um endividamento insustentável e uma
estrutura produtiva débil. Se esta trajectória não for interrompida, Portugal
terá uma sociedade ainda mais desigual e entregue às lógicas de mercado. Esse
será o único 'sucesso' do 'programa de ajustamento' do governo e da troika.
3º) As alternativas existem e são
urgentes
O caminho da devastação social e
económica não se inverterá enquanto não se impuser uma renegociação da dívida
pública portuguesa que seja consentânea com uma política de relançamento do
emprego, de valorização do trabalho e de restabelecimento dos direitos que
asseguram uma sociedade decente. Os
portugueses e portuguesas que não se revêem no actual rumo têm de continuar a
reunir forças para resistir à estratégia de retrocesso social e para construir
as condições para uma alternativa de governação que faça frente à
chantagem e devolva ao país um sentido de esperança no futuro.
O Congresso Democrático das Alternativas
apela, assim, à mobilização de todas e
todos para as iniciativas de protesto que terão lugar no mês de Outubro (nomeadamente, as manifestações convocadas pela CGTP, dia 19, e pelo Que Se
Lixe a Troika!, dia 26), bem como para o esforço de clarificação dos propósitos
e das implicações da estratégia do governo e da troika.
Ao longo das próximas semanas, o
Congresso Democrático das Alternativas irá realizar iniciativas de debate e
esclarecimento sobre “A Crise, a Troika e as Alternativas Urgentes” e sobre a proposta
de OE para 2014, culminando numa grande
iniciativa pública que terá lugar no dia 31 de Outubro, em Lisboa.
Contamos com a sua participação!
Saudações democráticas,
A Comissão Organizadora do Congresso
Democrático das Alternativas
Ajude-nos a divulgar
esta mensagem, reenviando-a a quem possa estar interessado.
Aproveitamos para relembrar que pode
subscrever aqui a petição “Pobreza não
paga a dívida – Renegociação já!” lançada
pela IAC – Iniciativa para uma Auditoria Cidadã à
Dívida.
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