Agência
diz que crise política nacional de julho mostrou que é difícil manter o
consenso em torno do difícil caminho do ajustamento
A agência de notação financeira Fitch
identifica como principais ameaças ao rating da
dívida portuguesa a instabilidade política e uma derrapagem orçamental
significativa.
Num relatório publicado esta quarta-feira sobre a crise na Zona Euro, a agência diz que se estes fatores se confirmarem, é provável que a notação da dívida soberana seja cortada. No relatório, em que analisa brevemente a situação de cada país, a Fitch identifica ainda como risco a possibilidade de o crescimento da economia ficar abaixo do previsto, levando a um pico significativo na dívida pública, o que também pode constituir motivo para redução do rating.
Atualmente, a Fitch atribui uma nota de «BB+» às obrigações portuguesas, apenas um degrau abaixo da linha que separa o chamado «lixo» da classe de investimento.
Pelo contrário, caso se verifiquem provas de que o ajustamento está a decorrer em linha com o planeado, e que os défices estão a baixar como previsto, isso poderia ter um efeito benéfico para a notação da dívida, identifica a agência.
A perspetiva da Fitch para o rating português é negativa, o que significa que, por enquanto, existe maior probabilidade de uma redução da nota do que de uma subida.
Fitch teme que apoio pós-troika implique perdas
A Fitch considera que a economia da Zona Euro está a dar sinais de começar a recuperar, e mantém a sua perspetiva de crescimento na segunda metade do ano, mas avisa que os riscos, sobretudo ligados às dívidas soberanas de alguns países, permanecem. Um deles é a incerteza quanto à forma como a Europa vai ajudar os países que forem saindo dos respetivos programas de resgate.
A escreve que «apesar de a crise da Zoan Euro ter abrandado e de a região ter saído da recessão, há vários riscos que ainda ameaçam os ratings das dívidas soberanas».
«Existe pouca clareza sobre os termos da ajuda futura da União Europeia (UE). Com os programas da Irlanda e de Portugal a terminarem em dezembro de 2013 e maio de 2014, respetivamente, e com um possível défice de financiamento na Grécia em 2014, este tema continua a ter uma importância vital», explica a Fitch.
A agência «espera que o apoio futuro da União Europeia seja atribuído sem envolver um perdão de dívida dos credores, tal como têm prometido os responsáveis europeus» mas lembra que, apesar
disso, «tanto o resgate grego como o cipriota envolveram perdas nas obrigações estatais».
A Fitch sublinha também os riscos específicos de cada país, que «continuam a ser significativos». No caso de Portugal, refere, «a crise política de julho mostrou que é difícil manter o consenso em torno do difícil caminho do ajustamento». No caso da Itália, «a sua política também é volátil».
Para a Fitch, o balanço do Banco Central Europeu (BCE) e os testes de stress que a Autoridade Bancária Europeia (EBA na sigla do inglês) deverá levar a cabo na primeira metade de 2014 aos bancos europeus «são parcos em detalhes nesta altura». Por isso, defende que um exercício credível e bem coordenado ajudaria a fortalecer a banca europeia e, por consequência, a Europa como um todo. «Adiar ou enfraquecer as avaliações do BCE ou da EBA, ou quelquer subsequente recapitalização de bancos, minará a confiança na capacidade dos responsáveis para encontrar uma solução para a crise europeia».
As projeções de médio prazo para a dívida pública são «um fator chave para orientar os nossos ratings. Os níveis de dívida são elevados e os défices orçamentais continuam altos em alguns países do euro, ao mesmo tempo que as perpsetivas de crescimento são moderadas. Não existem garantias de grande melhoria no cumprimento das regras orçamentais da Europa», sublinha.
Num relatório publicado esta quarta-feira sobre a crise na Zona Euro, a agência diz que se estes fatores se confirmarem, é provável que a notação da dívida soberana seja cortada. No relatório, em que analisa brevemente a situação de cada país, a Fitch identifica ainda como risco a possibilidade de o crescimento da economia ficar abaixo do previsto, levando a um pico significativo na dívida pública, o que também pode constituir motivo para redução do rating.
Atualmente, a Fitch atribui uma nota de «BB+» às obrigações portuguesas, apenas um degrau abaixo da linha que separa o chamado «lixo» da classe de investimento.
Pelo contrário, caso se verifiquem provas de que o ajustamento está a decorrer em linha com o planeado, e que os défices estão a baixar como previsto, isso poderia ter um efeito benéfico para a notação da dívida, identifica a agência.
A perspetiva da Fitch para o rating português é negativa, o que significa que, por enquanto, existe maior probabilidade de uma redução da nota do que de uma subida.
Fitch teme que apoio pós-troika implique perdas
A Fitch considera que a economia da Zona Euro está a dar sinais de começar a recuperar, e mantém a sua perspetiva de crescimento na segunda metade do ano, mas avisa que os riscos, sobretudo ligados às dívidas soberanas de alguns países, permanecem. Um deles é a incerteza quanto à forma como a Europa vai ajudar os países que forem saindo dos respetivos programas de resgate.
A escreve que «apesar de a crise da Zoan Euro ter abrandado e de a região ter saído da recessão, há vários riscos que ainda ameaçam os ratings das dívidas soberanas».
«Existe pouca clareza sobre os termos da ajuda futura da União Europeia (UE). Com os programas da Irlanda e de Portugal a terminarem em dezembro de 2013 e maio de 2014, respetivamente, e com um possível défice de financiamento na Grécia em 2014, este tema continua a ter uma importância vital», explica a Fitch.
A agência «espera que o apoio futuro da União Europeia seja atribuído sem envolver um perdão de dívida dos credores, tal como têm prometido os responsáveis europeus» mas lembra que, apesar
disso, «tanto o resgate grego como o cipriota envolveram perdas nas obrigações estatais».
A Fitch sublinha também os riscos específicos de cada país, que «continuam a ser significativos». No caso de Portugal, refere, «a crise política de julho mostrou que é difícil manter o consenso em torno do difícil caminho do ajustamento». No caso da Itália, «a sua política também é volátil».
Para a Fitch, o balanço do Banco Central Europeu (BCE) e os testes de stress que a Autoridade Bancária Europeia (EBA na sigla do inglês) deverá levar a cabo na primeira metade de 2014 aos bancos europeus «são parcos em detalhes nesta altura». Por isso, defende que um exercício credível e bem coordenado ajudaria a fortalecer a banca europeia e, por consequência, a Europa como um todo. «Adiar ou enfraquecer as avaliações do BCE ou da EBA, ou quelquer subsequente recapitalização de bancos, minará a confiança na capacidade dos responsáveis para encontrar uma solução para a crise europeia».
As projeções de médio prazo para a dívida pública são «um fator chave para orientar os nossos ratings. Os níveis de dívida são elevados e os défices orçamentais continuam altos em alguns países do euro, ao mesmo tempo que as perpsetivas de crescimento são moderadas. Não existem garantias de grande melhoria no cumprimento das regras orçamentais da Europa», sublinha.
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