Como todos os portugueses e
outros povos do mundo, tive a oportunidade de assistir pela televisão, ao
discurso do presidente norte-americano pata justificar o bombardeamento à
Síria.
Argumentou ser inaceitável o uso
de armas químicas contra o povo, especialmente quando se atinge crianças.
Na reunião do G-20, mais uma vez,
ao falar ao mundo, reiterou o compromisso em defesa das crianças daquele país
do Médio Oriente. E, desde então, a cantilena repete-se em todas as suas
entrevistas, que já nem o são.
A insistência nessa linha de
protecção aos indefesos, tem o objectivo de sensibilizar a opinião pública
interna, mas também a internacional, contra uma aventura de mais uma guerra
naquela zona do Mundo. Cabe lembrar que, quando George Bush decidiu invadir o
Iraque, o governo mostrou cenas captadas por satélites de camiões que
transportavam as tais armas químicas que nunca apareceram. Foi uma fraude
grotesca e de novo se usa o mesmo argumento, mas tendo como “provas”, apenas a
garantia da “inteligência” dos USA.
É muito difícil imaginar que um
dirigente de um país ameaçado por inimigos poderosos aceite receber inspectores
da ONU para um dia antes da sua chegada espalhar gás químico num bairro próximo
do local onde a delegação ficaria hospedada, e sabendo que o líder da principal
potência militar do mundo tinha colocado como “linha vermelha”, que não poderia
ser ultrapassada pela utilização de tais gases.
Voltemos às crianças. Não faz
muito tempo o soldado americano Bradley Manning foi condenado a 35 anos de
prisão nos Estados Unidos. O seu principal crime foi repassar um vídeo ao
Wikileaks com cenas reais da força aérea norte-americana lançando bombas sobre
a população civil do Iraque, incluindo crianças, uma prática comum do país dos “direitos
humanos” para aterrorizar a população dos países que invade.
Noutros documentos divulgados, é
comprovada a prática de tortura pelo exército americano na prisão de
Guantánamo, que o “democrata” Obama prometera encerrar quando candidato. E
também não há muito tempo, poucos dias antes do ataque terrorista à maratona de
Boston, os soldados norte-americanos lançaram bombas sobre uma aldeia no
Afeganistão, matando os civis, especialmente crianças, velhos e mulheres,
prática que se repete com frequência – parecendo até tratar-se de uma diversão
das tropas de Obama.
Fica, então, claro, que o
presidente dos EUA não tem nenhuma compaixão pelas crianças que jura proteger,
pois se necessário for, elas recebem as bombas para a política de pilhagem dos
povos pela “maior democracia do mundo”. Calcula-se a morte de cerca de cem mil pessoas na guerra
civil da Síria. Muito provavelmente, se os merecenários e terroristas não fossem
armados e financiados pelos USA e seus fantoches da Europa, esse conflito já
teria terminado, mas a política para derrubar governos que não se submetam aos
interesses imperialistas fala mais alto.
Barak Obama poderia, na sua luta
em defesa da vida das crianças, pedir desculpas ao povo japonês pelas duas
bombas atómicas despejadas sobre a população civil, que deixou mais de duzentos
mil mortos (e é triste e deprimente ver um país vítima da bestialidade humana
defender o bombardeamento da Síria por quem o atacou cobardemente); poderia
pedir desculpas ao povo argentino, que sofreu uma ditadura militar que assassinou
cerca de trinta mil pessoas, apoiada e sustentada pelos USA, onde as crianças
eram sequestradas por militares treinados pela CIA; poderia também suspender o
apoio financeiro, diplomático e militar a Israel, um estado terrorista que
sequestra, tortura e mata crianças na Palestina desde 1948 – a propósito, em
determinado período, o alvo dos tiros dos soldados israelitas contra a
população civil da Palestina eram os órgãos sexuais, exactamente para que o
povo não pudesse ter mais filhos (crianças). Obama nunca se dará ao luxo de
perder tempo para especular quantas crianças
palestinianas foram trucidadas pela mais cruel máquina de guerra
existente no mundo.a aliança USA/Israel. Para eles, essas crianças seriam “terroristas”
no futuro e é melhor que sejam logo elimimnadas.
As forças armadas
norte-americanas são os responsáveis pela maior quantidade de mortes na
História recente, incluindo as criancinhas que Obama tanto cita. Envolveram-se
em guerras, bombardeamentos e invasões várias (Coreia, Vietname.Camboja, Laos,
Granada, Panamá, Iraque, Bósnia, Afeganistão, Líbia, etc…). Em todas essas
incursões os povos foram massacrados
impiedosamente por conta da cobiça de governos que ignoram completamente o
direito à soberania das nações.
As centenas de
milhares ou talvez milhões de pessoas que morreram – incluindo crianças – foram
alvo de um país que sempre usou artifícios cínicos para sustentar invasões que
têm como objectivo central saquear as riquezas e subjugar governos, tornando-os
vassalos, como ocorre actualmente no Afeganistão, onde se calcula a morte de
quarenta mil pessoas depois de o país ser invadido pelasa tropas ianques. A
intenção de Obama agora é a mesma de todos os presidentes anteriores; curvar a
Síria aos seus interesses. Na sequência,
sitiaria o Irão e tornar-se-ia absoluto naquela região riquíssima em petróleo.
Crianças, para o Prémio Nobel da Paz, responsável directo pela mortandade de
civis afegãos, que despejou bombas sobre o povo da Líbia e agora quer promover
a carnificina da Síria, nada significam; são apenas escudos para esconder os
verdadeiros interesses de quem quer dominar e saquear o mundo.
O presidente da Síria, Bashar al-Assad, tem
dito que não promoveu aquela insanidade contra os seus inimigos políticos e não
há prova alguma de que tenha sido. Obama jura ter as provas. Mas, não as
mostra. Se o presidente dos USA, a expressão política formal da indústria das
armas e petrolífera e dos bancos norte-americanos decidir pelos ataques “limitados”
(90 dias), provavelmente teremos de novo milhares de civis mortos – como sempre
ocorreu nos bombardeamentos “cirúrgicos vindos” do “xerife” do mundo. E Barak Obama estará a repetir a
crueldade de assassinar crianças, prática corriqueira da maior potência
imperialista do planeta.
Sejamos sinceros e convenhamos: a tese de
Bush de ter ouvido um pedido de Deus para invadir o Iraque, é bem mais
original que o diversionismo infantil daquele que foi a esperança, para os
ingénuos, de que algo mudaria nos USA.
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