Será que não viu aquela entrevista do seu
correligionário, senhor Santos Silva esta semana, e não ouve todos os
comentários que fazem acerca de si, do seu comportamento político como líder do
maior partido da oposição, sedento que está de regressar ao poder?
Abra os olhos e os ouvidos, pois apesar da “estrondosa
vitória” nas eleições internas, o seu lugar no PS está a prazo?
O senhor, convenhamos, está rodeado de “socráticos”
e vai-lhe ser muito difícil ver-se livre deles, único “remédio” para todas as
suas atribulações dentro do seu partido.
Talvez seja demasiado honesto para um “bom
desempenho”, talvez devesse usar de mais hipocrisia, de mais oportunismo e atá
de populismo… Deste modo, nunca chegará
a lado algum.
O senhor parece desconhecer o jogo político.
Ataca quando não deve, mantém-se calado quando deveria falar, foge aos encartes
e não sabe colocar um ponto final no paleio da assinatura do memorando com a
troika.
O senhor não o assinou! Outros o fizeram e
deram às de Vila Diogo, e o senhor caiu na esparrela de se candidatar a líder
de um partido mais que apodrecido. O poder pelo poder de nada serve. Acha que
os filiados no PS, os “grandalhões” lhe vão permitir a prática de políticas que
possam ir contra os seus interesses?
Falo assim porque sou dos que consideram que
acima de tudo devem estar os altos interesses do país. Acha que eles também
assim pensam? Consegui, ontem, desferir uma machadada bem forte em si próprio,
quando falou dos bancos e dos impostos que deveriam pagar. Há coisas que se
fazem apenas. Em política, aqueles que falam abertamente, estão condenados ao
fracasso. Ainda não reparou e sentiu isso?
O senhor Seguro ou fala demais, como um
ingénuo, fia-se na sua vitória, mas tinha antes admitido a ingerência nas suas
intenções ao senhor António Costa. E foi dele que falou o senhor Santos Silva.
O senhor deverá precaver-se, pois corre o
risco de vir a ter de enfrentar de novo o “inferno”; segundo esse senhor, se
António Costa vencer as eleições em Lisboa por uma boa margem e o PS vencer as
eleições autárquicas por meia dúzia de votos, terá de imediato, sobre si, o
fantasma de novas eleições internas, com o senhor Costa a encabeçar de novo o
movimento para correr consigo.
Olhe à sua volta no seio do seu grupo parlamentar.
Quantos seguristas conta? Muito poucos, não é verdade? Então…, como pode
esperar ter paz e as mãos livres para poder remar contra a maré?
Não tem visto que nenhum deles quer que o PS
ocupe o seu verdadeiro lugar, como partido de esquerda, na vida política
nacional, mas antes pretendem que o PS faça o jogo da direita e do capitalismo?
Vai aderir ou recusar? Decida-se de uma vez por todas, pois é mais que urgente
que se defina e, se necessário, dê uns bons murros na mesa e, se necessário,
saia pelo seu pé e de cabeça bem erguida, recusando pactuar com os hipócritas e
oportunistas.
Muito sinceramente lhe digo que, no seu
lugar, já o teria feito e já teria conseguido um novo rumo, com uma ampla
convergência com as esquerdas.
Quer um regresso ao passado fascista? Então,
esqueça tudo o que lhe digo, demita-se já e tenha uma vida fora da política-Tem
medo? De quê?
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