Todos
sabemos, infelizmente, o que aconteceu por todo o país com os fogos que
destruíram milhares de hectares das nossas florestas. As televisões não
pouparam tempo nem esforços para nos relatarem, com imagens deprimentes, e
testemunhos dramáticos, o que se passou, havendo mesmo quem chamasse aos dramas
causados por todos esses ”Neros”, a “indústria dos incêndios”.
O caso não
será para menos…
Todavia,
precisamente hoje, a RTP decidiu assentar arraiais na Serra do Caramulo, área
onde para além dos fogos recebemos a notícia da morte de dois bombeiros.
Ora, não há
povo algum no mundo que viva, que deva viver no seio de alienações, de dramas
contínuos e continuados como aquele a que hoje a RTP decidiu fazer reviver os
cidadãos.
Isto deveria
até ser proibido, uma vez que todos devemos ter direito a notícias (novidades),
sejam do país sejam do estrangeiro.
Existe como
que um humor mórbido e a vontade de alienar profundamente a população nacional,
sobretudo em vésperas de eleições, mesmo se autárquicas e que o
primeiro-ministro queira que elas se lixem.
O que está
em jogo com todo este espectáculo alienante, é que, durante a tarde de hoje se
vai realizar uma homenagem a todos os bombeiros de Portugal, tendo sido já dito
que quanto mais melhor, pelo que cada um deverá fazer um telefonema para
determinado número, pelo custo de 60 cêntimos mais IVA, cuja receita reverterá
em favor dos bombeiros e a aquisição de novos meios de combate aos incêndios em
Portugal.
O que demite
o governo dos seus deveres de recompensar e reequipar as corporações dos
bombeiros, sabendo que os portugueses, à custa de grandes sacrifícios, estão
sempre dispostos a ajudar os mais carenciados.
E, como
também estão gratos a todos os bombeiros pelo seu fenomenal trabalho e
dedicação aos seus semelhantes e seus bens, apesar de todos os cortes e de
todos os impostos a que são obrigados pelo governo, e apesar de terem já
aderido aos pedidos que lhes foram dirigidos pela Associação Nacional de
Bombeiros, dirigindo-se ao quartel de bombeiros mais próximo, deixando ali
ficar no mínimo um euro.
Respeito
muito os bombeiros, sempre dispostos a colocarem a sua vida em risco para
tentarem salvar os bens alheios e as vidas em risco, mas não posso deixar de
criticar mais esta miserável campanha, vinda de onde quer que seja para que, no
meio de toda a miséria que assolou o povo português, alguns se alegrem por
manter fechados os cordões das bolsas públicas, quase obrigando os cidadãos,
uma vez mais, a substituí-los nas suas obrigações naturais.
Como são
modestos! Modestos à custa da sobrecarga, terrível sobrecarga imposta ao povo
português.
E, minhas
senhoras e senhores, nada mais posso fazer que maldizer, uma vez mais, a
maldita “triologia dos efes”, Fado, Futebol e Fátima que desde há quase um
século aliena o povo português.
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