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domingo, 15 de setembro de 2013

«SÓ NOS GOZAM!»

Todos sabemos, infelizmente, o que aconteceu por todo o país com os fogos que destruíram milhares de hectares das nossas florestas. As televisões não pouparam tempo nem esforços para nos relatarem, com imagens deprimentes, e testemunhos dramáticos, o que se passou, havendo mesmo quem chamasse aos dramas causados por todos esses ”Neros”, a “indústria dos incêndios”.

O caso não será para menos…

Todavia, precisamente hoje, a RTP decidiu assentar arraiais na Serra do Caramulo, área onde para além dos fogos recebemos a notícia da morte de dois bombeiros.

Ora, não há povo algum no mundo que viva, que deva viver no seio de alienações, de dramas contínuos e continuados como aquele a que hoje a RTP decidiu fazer reviver os cidadãos.

Isto deveria até ser proibido, uma vez que todos devemos ter direito a notícias (novidades), sejam do país sejam do estrangeiro.

Existe como que um humor mórbido e a vontade de alienar profundamente a população nacional, sobretudo em vésperas de eleições, mesmo se autárquicas e que o primeiro-ministro queira que elas se lixem.

O que está em jogo com todo este espectáculo alienante, é que, durante a tarde de hoje se vai realizar uma homenagem a todos os bombeiros de Portugal, tendo sido já dito que quanto mais melhor, pelo que cada um deverá fazer um telefonema para determinado número, pelo custo de 60 cêntimos mais IVA, cuja receita reverterá em favor dos bombeiros e a aquisição de novos meios de combate aos incêndios em Portugal.

O que demite o governo dos seus deveres de recompensar e reequipar as corporações dos bombeiros, sabendo que os portugueses, à custa de grandes sacrifícios, estão sempre dispostos a ajudar os mais carenciados.

E, como também estão gratos a todos os bombeiros pelo seu fenomenal trabalho e dedicação aos seus semelhantes e seus bens, apesar de todos os cortes e de todos os impostos a que são obrigados pelo governo, e apesar de terem já aderido aos pedidos que lhes foram dirigidos pela Associação Nacional de Bombeiros, dirigindo-se ao quartel de bombeiros mais próximo, deixando ali ficar no mínimo um euro.

Respeito muito os bombeiros, sempre dispostos a colocarem a sua vida em risco para tentarem salvar os bens alheios e as vidas em risco, mas não posso deixar de criticar mais esta miserável campanha, vinda de onde quer que seja para que, no meio de toda a miséria que assolou o povo português, alguns se alegrem por manter fechados os cordões das bolsas públicas, quase obrigando os cidadãos, uma vez mais, a substituí-los nas suas obrigações naturais.

Como são modestos! Modestos à custa da sobrecarga, terrível sobrecarga imposta ao povo português.


E, minhas senhoras e senhores, nada mais posso fazer que maldizer, uma vez mais, a maldita “triologia dos efes”, Fado, Futebol e Fátima que desde há quase um século aliena o povo português.

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