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sexta-feira, 13 de setembro de 2013

«PÁTRIA MADRASTA… VIL»

Onde já se viu tanto excesso de falta? Abundância de inexistência.., exagero de escassez…

Contraditórios?

Então, aí está!

O novo nome do nosso país! Não pode existir melhor sinónimo para Portugal. Porque Portugal nada mais é do que excesso de falta de carácter, a abundância de inexistência de solidariedade, o exagero de escassez de responsabilidade.
                                                                                                                                                                      
Portugal nada mais é que uma combinação mal engendrada – e friamente sistematizada – de contradições.

Há quem diga que “dos filhos deste solo és pai gentil”, mas eu afirmo que não és gentil e, muito menos pai. Talvez uma madrasta!

Pela definição que conheço de mãe, Portugal é mais isso, uma vil madrasta. Porque minha mãe nunca tapou o sol com uma peneira.

Nunca me daria, por exemplo, um lugar na universidade sem me ter dado uma bela formação básica, primária!

E, mesmo há cerca de duzentos anos atrás, não me aboliria da escravatura se soubesse que me restaria apenas a liberdade para morrer de fome. Porque minha mãe, meus pais não quereriam enganar-me, iludir-me.

Dar-me-ia um verdadeiro direito efectivo na resolução dos problemas, que contivesse educação, liberdade e igualdade.

Porque minha mãe sabia, como meu pai, que de nada me adianta – adianta a alguém? – ter educação, ou tê-la aprisionada  pela falta de oportunidades, pela falta de escolha, acorrentada pela minha voz não activa.

Minha mãe-pátria sabe que só vou crescer se a minha educação gerar liberdade e esta, por fim, igualdade. Uma segue a outra, sem qualquer contradição.

É disso que Portugal precisa: mudanças estruturais, revolucionárias,  que rebentem com esse sistema/esquema social montado; mudanças que não sejam hipócritas, mudanças que transformem!

A mudança que nada muda e tudo piora, é apenas mais uma contradição.

Os governantes, às vezes, dão uma espécie de rebuçados, mas não divulgam a receita. E a educação libertadora entra aí.

O povo está tão paralisado pela ignorância que não sabe a que tem direito. Não aprendeu o que é ser cidadão.

Porém, ainda nos falta um factor fundamental para podermos alcançar a igualdade: a nossa participação efectiva; as mudanças dentro do corpo burocrático do Estado não modificam a estrutura.

As classes média/alta – tão confortavelmente instaladas na pirâmide social – terão de fazer mais que reclamar ( o que só serve para aliviar as culpas)… Mas, estarão preparadas para isso?

Acredito profundamente que só uma revolução estrutural, feita de dentro para fora e que não exclua nada nem ninguém dos seus efeitos, possa acabar com a pobreza e a desigualdade em Portugal. Afinal, de que serve um governo que não administra? E, finalmente, de que serve um homem que não se posiciona?

Talvez o sentido da nossa própria existência esteja ligado, justamente, a um posicionamento perante o mundo como um todo. Sem egoísmo. Cada um por todos.

Algumas perguntas, quando auto-colocadas, tornam-se elucidativas. Pergunte-se a si próprio: “quero ser pobre em Portugal? Filho de uma mãe-pátria gentil ou de uma madrasta vil? Ser tratado como cidadão ou excluído? Como gente… ou como irracional?

J. A.




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