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quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Dívida portuguesa pode ser a segunda maior da EU



A dívida pública portuguesa pode estar a poucos meses de se tornar a segunda mais elevada da Europa e ultrapassar a Itália, que historicamente sempre foi um dos Estados mais endividados da União Europeia (UE).

Segundo dados do Eurostat, a dívida pública nacional em percentagem do PIB atingiu no primeiro trimestre deste ano 127,2%, a escassos três pontos percentuais da dívida italiana que alcançou no mesmo período 130,3%. Nos últimos meses, tem vindo a cair a distância entre os dois países, que apenas são ultrapassados pela Grécia, com uma dívida de 160% do PIB.

Há um ano, a diferença entre o rácio da dívida italiana e portuguesa era de 11,5 pontos percentuais (123,8% contra 112,3%). Entre o primeiro trimestre deste ano e o homólogo, a dívida italiana aumentou 6,6 p.p. e a portuguesa 14,9 pontos, mais do dobro.

Com um défice orçamental mais pronunciado do que o italiano (5,5% contra 2,3% em 2013 e 4% contra 2,3% em 2014, segundo o FMI) poderá estar por meses a ascensão de Portugal ao segundo lugar dos países mais endividados da UE.

Itália sempre foi um dos estados mais endividados da Europa – desde 1997, a dívida pública esteve sempre acima dos 105% do PIB – e Portugal não. Em 2008, a dívida pública portuguesa rondava os 70% do PIB, a par da média da Zona Euro e de países como a Alemanha e França. Em 2011, deixou para trás a Bélgica e, este ano, a Irlanda.

A dimensão da dívida pública portuguesa já é tão grande que está a anular as potenciais poupanças que o Estado poderia arrecadar com a descida da taxa de juro efectiva dos últimos meses.

Segundo dados da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), a taxa média de juro implícita da dívida portuguesa está a descer há cinco trimestres consecutivos, tendo recuado de 4,6% em Janeiro de 2012 para 3,8% em Março de 2013.

Porém, os encargos com juros neste período subiram de 4,6% para 4,8% do PIB, uma evolução «associada ao aumento do nível da dívida pública». As despesas do Estado com juros está também acima do que a troika prevê para os próximos anos (os encargos deveriam totalizar 4,4% do PIB por ano até 2016).



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