Desde há séculos que em geral, crianças de
famílias ricas e proeminente não são chamadas ao sacerdócio. Pelo contrário,
frequentam os melhores colégios, as mais caras universidades particulares,
licenciando-se, em muitos casos, à custa do dinheiro e da influência dos seus
progenitores.
Tão-pouco aqueles que pertencem a famílias
desonestas, a tal ponto que o seu futuro ministério será desacreditado,
suspeitado por isso. Também não, pelo menos nas regiões onde são conhecidos.
É chamado ao sacerdócio aquele que é
defeituoso, ou cego, ou mudo? Também não! Mas, é à política?
Psicologicamente, há sinais providenciais,
cuja virtude probante é análoga. Não é, certamente, chamado ao sacerdócio nem
mesmo tem fé. Não é chamado, também, quem continua a levar a vida escandalosa,
desonesta; quem não sente nenhum gosto pela missão sobrenatural do padre; quem
ingressa num seminário unicamente para levar uma existência mais ao abrigo das
preocupações familiares ou, como o crê tão facilmente o vulgo, par melhor
ruminar as suas decepções sentimentais.
Outros há sobre os quais se apoiar, e que não
escpam ao observador imparcial.
Aquele que se destina à vida sacerdotal ou
religiosa quer consagrar-se a uma obra sobrenatural? Importa, pois, que a sua intenção
do mesmo modo o seja. Portanto, o “porquê” do seu desejo é que será a principal
indicação da sua eventual autenticidade. E é essa, de resto, resposta que mais comummente ele dará.
É verdade inegável que a maioria dos padres,
desde há bastantes anos, seja um segredo bem guardado por todos eles, que
simplesmente viram mais além da vida agrícola, da vida numa fábrica, num
quotidiano que se tornaria mera rotina, no celibato ou num casamento com
filhos, devendo trabalhar duramente para os sustentar.
Outros, decidem frequentar o convento ou
seminário porque seus pais não possuem os meios económicos para que possam
frequentar o liceu e depois faculdade.
Durante anos sujeitam-se à vida monacal e, quando já todos imaginavam que dele
nasceria um padre dedicado, eis que, subitamente surge a desistência do
sacerdócio, por motivos nunca revelados. “Perda súbita d fé? Não! Chegou
simplesmente o momento de dizer não a uma vida privada (…) dos prazeres da
vida.
Aliás, logo se inscreve num partido político
relevante que contribui para que, a troco da sua militância, lhe proporciona a
tão almejada licenciatura, mais equivalências menos equivalências, uns exames
aqui e ali, e ei-lo doutor e pronto a enfrentar a nova vida na política.
Os pais lamentam-se quando tomam
conhecimento, ms outro remédio não têm senão conformar-se com o filho doutor
que preferiu a política ao sacerdócio. Bom, pelo menos já têm um filho “doutor”
e político, de imediato vaticinando que ainda chegará primeiro-ministro ou mesmo a presidente da República.
No mais das vezes, o ex-candidato a padre,
actual “doutor licenciado” torna-se num político austero, que não conhece a
benevolência social, demonstrando claramente que penas se serviu do seminário
para, à borla, conseguir estudos que os pais jamais poderiam proporcionar-lhe e
que, nas suas acções como político jamais sentirá remorsos pelo mal que faz aos
seus concidadãos, familiares ou não, pois para ele, toda a sociedade é culpada
por se ter visto obrigado a recorrer a esse expediente, nunca recorrendo à
verdade que deveria ser dita claramente, o que para ele representaria a sua desgraça.
Num caso assim difícil, todos devem desejar
absoluta lealdade, fora do que só há mal-entendidos, passos em falso e danos
talvez irreparáveis quer para o país quer para o povo.
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