Everett Briggs foi crítico da gestão do actual ministro dos
Negócios Estrangeiros na FLAD, mas elogia escolha de Machete para o Governo.
O antigo embaixador
dos EUA em Portugal, entre 1990 e 1993, explica hoje em entrevista ao jornal i
que os gastos elevados do então presidente da Fundação Luso-Americana (FLAD)
faziam com que o governo americano estivesse de pé atrás com o trabalho do
agora ministro dos Negócios Estrangeiros. O ex-embaixador acusa Rui Machete de
gastar fortunas com arte francesa, motoristas e BMW.
"Enquanto o Dr. Rui Machete esteve na FLAD tivemos as nossas divergências, sobretudo no que refere aos gastos da fundação", admite, acrescentando: "Nos EUA, as fundações tinham uma meta que passava por não gastar mais de 2% ou 3% das receitas em administração. E a FLAD, nessa altura, gastava mais de 50% em administração. Sem diplomacia, admito que era escandaloso. Encontrei-me numa situação em que tive de manifestar o meu desagrado, até porque o próprio governo norte-americano começou a mostrar apreensão com a reviravolta na gestão das contas da Fundação Luso-Americana. A cada dois anos eram carros novos - BMW - para os seis directores portugueses, com motoristas. Com isso e ainda com os escritórios na Rua da Lapa - com vários funcionários - gastava-se mais de metade das receitas da fundação".
No entanto, Everett Briggs elogia a escolha de Rui Machete para ministro dos Negócios Estrangeiros já que está é "uma excelente oportunidade para estreitar relações com os Estados Unidos, país onde "geneticamente as pessoas têm a memória curta".
"Como ministro, acho que é uma excelente escolha, uma vez que conhece muito bem os Estados Unidos e tem contactos privilegiados que são importantes nas funções que agora desempenha, além de ser um indivíduo reconhecido dentro do PSD e na política portuguesa. É isso que me leva a dizer que está preparadíssimo para liderar a pasta dos Negócios Estrangeiros". O ex-embaixador defende também que o dossier FLAD não deverá prejudicar a abordagem de Portugal aos EUA. "Não acredito. Ao povo americano falta, geneticamente, memória. Parece-me que houve uma reformulação da FLAD desde que saí. Aliás, já estive com o Dr. Manchete depois de deixar a fundação e penso que as relações entre a embaixada e a fundação melhoraram entretanto", declarou.
Briggs acusou Machete, em Abril de 1992, de manter ligações "pouco transparentes" com empresas de Washington, uma delas com ligações ao seu escritório de advogados. Mas questionado sobre esse assunto, na mesma entrevista, o ex-embaixador afirma: "Não estou recordado dessas relações. Tenho a vantagem de ser um ex-diplomata e poder dizer o que penso. Mas, neste caso, mesmo que lembrasse, não seria conveniente pronunciar-me sobre situações de falta de transparência. Prefiro salientar que se trata de um homem experiente e, pelo que conheço dele, tinha uma excelente actuação no que refere às relações com Washington. Fora disso não tenho opinião e não sei. E como está a gravar, quero que fique claro que sobre o facto de o Dr. Machete estar ou não no governo não devo tecer qualquer opinião".
"Enquanto o Dr. Rui Machete esteve na FLAD tivemos as nossas divergências, sobretudo no que refere aos gastos da fundação", admite, acrescentando: "Nos EUA, as fundações tinham uma meta que passava por não gastar mais de 2% ou 3% das receitas em administração. E a FLAD, nessa altura, gastava mais de 50% em administração. Sem diplomacia, admito que era escandaloso. Encontrei-me numa situação em que tive de manifestar o meu desagrado, até porque o próprio governo norte-americano começou a mostrar apreensão com a reviravolta na gestão das contas da Fundação Luso-Americana. A cada dois anos eram carros novos - BMW - para os seis directores portugueses, com motoristas. Com isso e ainda com os escritórios na Rua da Lapa - com vários funcionários - gastava-se mais de metade das receitas da fundação".
No entanto, Everett Briggs elogia a escolha de Rui Machete para ministro dos Negócios Estrangeiros já que está é "uma excelente oportunidade para estreitar relações com os Estados Unidos, país onde "geneticamente as pessoas têm a memória curta".
"Como ministro, acho que é uma excelente escolha, uma vez que conhece muito bem os Estados Unidos e tem contactos privilegiados que são importantes nas funções que agora desempenha, além de ser um indivíduo reconhecido dentro do PSD e na política portuguesa. É isso que me leva a dizer que está preparadíssimo para liderar a pasta dos Negócios Estrangeiros". O ex-embaixador defende também que o dossier FLAD não deverá prejudicar a abordagem de Portugal aos EUA. "Não acredito. Ao povo americano falta, geneticamente, memória. Parece-me que houve uma reformulação da FLAD desde que saí. Aliás, já estive com o Dr. Manchete depois de deixar a fundação e penso que as relações entre a embaixada e a fundação melhoraram entretanto", declarou.
Briggs acusou Machete, em Abril de 1992, de manter ligações "pouco transparentes" com empresas de Washington, uma delas com ligações ao seu escritório de advogados. Mas questionado sobre esse assunto, na mesma entrevista, o ex-embaixador afirma: "Não estou recordado dessas relações. Tenho a vantagem de ser um ex-diplomata e poder dizer o que penso. Mas, neste caso, mesmo que lembrasse, não seria conveniente pronunciar-me sobre situações de falta de transparência. Prefiro salientar que se trata de um homem experiente e, pelo que conheço dele, tinha uma excelente actuação no que refere às relações com Washington. Fora disso não tenho opinião e não sei. E como está a gravar, quero que fique claro que sobre o facto de o Dr. Machete estar ou não no governo não devo tecer qualquer opinião".
=Económico=
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