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domingo, 18 de agosto de 2013

«POLÍTICO QUE SE DESENCAMINHA»

Todo o político que se desencaminha não pode brincar às escondidas por muito tempo. Talvez consiga fazê-lo durante alguns dias, meses ou té anos, mas acabar´necessariamente por se trair, ou ser traído.

Basta somente ficar atento a alguns sinais, quase imperceptíveis, mas que, tudo considerado, desvendem os segredos mais ciosamente guardados, aqueles que se tem a firme disposição de jamais confessar, que se negará, mesmo contra qualquer evidência, aí incluída a evidência do flagrante delito.

O político mente, sobretudo naquilo que promete à cidadania que vive ansiosamente a pensar numa forma de vida melhor para si e os seus, para todos os cidadãos do país, especialmente aqueles que nunca saíram de uma mediania miserável a que são sujeitos devido ao egoísmo de governantes que nunca pensaram cumprir as promessas solenemente feitas em campanha.

Existirá algum mistério em tudo isso? Se mistério existe, não é necessariamente de ordem sentimental, mas de ordem moral e social. E mesmo que fosse sentimental, sendo-o de certa forma, apesar de tudo, não se deveria concluir, sem discernimento que pela sua culpabilidade, que a todo o instante poderá ser provada.

Os sinais de que falo, quase imperceptíveis a “olho nu” para os cidadãos mais perspicazes, que facilmente os interpretam, a vida política é, geralmente, tão “limitada”,  que, nela, cada um fiscaliza todos os demais.

Começa-se, pois, a ter a impressão confusa de que “algo não vai bem”. Essa impressão configura-se, confirma-se. E, um belo dia, diz-se que o Pedro faz demasiadas cedências a Paulo e que o que este diz, como a “irrevogabilidade” da sua atitude, da sua ideia expressa na carta.., não passam de pura chantagem para obter mais poderes e cada vez um maior número de ministros, em pastas consideradas chave.

Alguns dos seus acólitos, sem perceberem  o que realmente pretende, dedicam-se a exprimir opiniões falsas, cegos pela hipótese de perderem o poder antes obtido, não se apercebem das derivas políticas do seu próprio partido, enquanto o Pedro, vendo fugir-lhe o terreno de sob os pés, cede estrategicamente a tudo o imposto pelo Paulo, ocupando, todavia, o espaço político que lhe pertencia, obrigando-o a recuar.

Mas, também o Paulo, apesar da sua matreirice não se apercebe de um bom punhado de sinais! A tomá-los isoladamente, talvez não se mostrem alarmantes: “crise de mau humor, inadaptação passageira a uma certa confusão, procura de novo equilíbrio.”

Mas, eis senão que, de Belém surgem atitudes premeditadas e longamente “pesadas”, porque o que importa de momento é manter o poder a todo o custo, sabendo que essas crises se manterão ciclicamente, esses altos e baixos que se atribuem falsamente `s oposições e a uma falta de patriotismo que não existe, uma verdadeira intermitência

E tudo parece acalmar e voltar à normalidade, um normalidade mais que podre, que leva os mais incautos a pensar que tudo se deve a uma expressão de uma perturbação subjacente e profunda, grave, essencial.

Trata-se, no fundo, de uma demonstração cabal da impreparação de um governo formado e baseado nas mentiras proferidas anteriormente e que, depois, passado o primeiro estupor, se interrogarão, buscarão uma solução, um remédio de urgência, drástico, heróico.

Lembrar-se-ão de todos os sinais, que deveriam ter sido outras tantas advertências. Procurarão interpretá-los, discernis quando, exactamente e como tudo começou, qual será a su provável evolução e desesperarão. Pior que isso: “talvez de Belém surja uma certa cólera, com murros sobre a mesa e gritos de fazer tremer as vidraças, e seja assumida uma daquelas atitudes de dor surribada, com o que, infelizmente, de maneira nenhuma obterá o efeito esperado.


Entretanto, o povo tudo vai pagando e sem tudo vai ficando!

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