O cérebro é uma máquina do tempo, um
metrónomo, que vai regulando segundo a segundo o funcionamento do nosso corpo
no seu processo contínuo de evolução e mudança desde o nascimento à velhice.
“Penso que apenas uma pessoa em mil consegue
realmente viver no presente. A maioria gasta 59 minutos de cada hora a viver no
passado, com pena das alegrias perdidas ou vergonha pelas coisas mal feitas
(sentimentos ambos inúteis e frustrantes), ou num futuro que anseia ou que
teme.
A única forma de viver é aceitar cada minuto
como um milagre que não se repete, pois é exactamente o que ele é – um milagre
que não pode repetir-se.”
“Se os cientistas conseguirem realmente
localizar este ‘relógio’ no nosso cérebro, poderão dar forma ao que outros
sempre suspeitaram – que esse relógio é responsável pela nossa preocupação com
o tempo.
A razão pode estar no facto de o calor
acelerar s reacções químicas. Na verdade, a frequência cardíaca, aumentam em
função da temperatura.
Se o tempo é determinado pela velocidade de
reacções químicas, a elevação da temperatura do corpo deverá acelerar as
reacções, e esta aceleração provocará mais alterações químicas, fazendo o tempo
fisiológico passar mais rapidamente par um determinado intervalo de tempo real.”
“Ontem.., com as folhas secas a rodopiar em
volta dos meus pés, pensei no que significara crescer; a sensação voltou-me, nítida como uma febre… o
sentimento omnipresente de esperar que a vida verdadeira começasse, sabendo que
ela estava ali ao virar da esquina, sem saber o que seria…
Quando cheguei à adolescência, a vida estava
tão perto que podia tocar-lhe.
Nessa altura, a única maneira de aliviarmos
esta ansiedade era agarrarmo-nos aos momentos importantes do presente, ensaios
para os grandes acontecimentos que haveriam de surgir mais tarde…”
E esses momentos chegaram finalmente! Vivemos
momentos dramáticos, tempo da ditadura, momentos de “crise”, momentos de
crítica severa, momentos de ansiedade pela gravíssima situação de nossos
filhos que, em muitos casos, fazem as malas e partem, regressando tempos mais
tarde sem terem conseguido a vida que sempre ansiaram e à qual têm todo o
direito do mundo.
Direito que lhe é negado, todavia, pelos que
receberam os votos necessários para governarem bem o país e que acabaram por se
governar a eles apenas e a alguns dos seus amigos e filhos de amigos, cujas
habilitações são quase nulas; apenas uma licenciatura, quando a conseguem como a
conseguiram aqueles que nos tocam de muito perto e são os motivos de todas as
nossas preocupações.
Aí, pára o tempo! Trabalha a mente! E, de que
serve essa interrupção de um e o trabalho da outra, se os políticos
teimosamente negam os direitos humanos à cidadania jovem, mas também à mais
velha?
Desatam a dar opiniões todos esses que se
arvoram em sábios e mais não fazem que, além de corroborar as acções dos
políticos amigos, que conhecem demasiado bem a palavra austeridade, pactuando
com as deploráveis atitudes desses vendilhões do templo nacional.
Aumentam drasticamente as doenças mentais, e
eles limitam-se a dificultar cada vez mais o acesso da sociedade em geral aos
tratamentos e medicamentos a que deveriam ter direito aqueles que sofrem vendo
os seus sofrerem sem poder acudir-lhes.
Pondo a mente a trabalhar, todos chegamos à
conclusão de que é tempo de os convidar
sair das cadeiras do poder, a esses verdeiros indigentes mentais da
nossa vasta praça!
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