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sexta-feira, 30 de agosto de 2013

«O CÉREBRO E OS COMPUTADORES»















Sem o computador, não teríamos percebido que a informação, como a electricidade, é uma forma de energia. A electricidade é a energia mais barata, mais abundante e mais versátil para o trabalho mecânico.

Mas a informação é a energia básica para o funcionamento da mente. E esta é a primeira era para o trabalho mental se tornou disponível. Nas épocas passadas,  informação foi sempre insuficiente.

Quando havia, era cara, tardia e extraordinariamente falível. Hoje em dia, a maioria das pessoas em lugares de responsabilidade – no governo, nos hospitais, nos laboratórios de investigação, nos negócios – gasta demasiado tempo a procurar informações, geralmente incorrectas e de pouca confiança,  sobre o que aconteceu ontem.

«A máquina não isola o homem dos grandes problemas da Natureza: mergulha-o mais profundamente neles.»

“Já viram um ábaco – aquelas coisas com continhas de madeira em filas? São vendidos principalmente em lojas de curiosidades para decoração de paredes. Mas, na realidade, o ábaco é uma máquina de somar, uma calculadora e um computador.

Mas, pensando bem, não é exactamente assim: o ábaco executa apenas o registo visual dos cálculos que se processam na mente de quem o usa.

Milhões de pessoas na Ásia empregam ainda diariamente o ábaco, que é utilizado  talvez há mais de dois mil anos.  Não só é um instrumento prático e eficiente,como é bonito e agradável de se pegar e tocar. Madeira, latão e marfim. E quanto mais velho, quanto mais manuseado pelos homens, mais bonito se torna – liso, escuro e polido. Dura uma vida; não precisa de ser actualizado; todo o software necessário para o operar está na nossa cabeça; e, se se partir, pode ser reparado até por uma criança de oito anos com ferramentas caseiras.

A presença do ábaco dá-nos uma perspectiva sobre certos tipos de progresso.

O grande duelo ábaco-PC. O homem que venceu a máquina que muitos dizem ser perfeita.

Parece que o computador teve muita pressa em comprovar a eficiência da sua máquina e lhe introduziram elementos confusos.

Mas, não interpretem mal: as calculadoras de bolso, vieram para ficar. Não sou um ludita – as máquinas não são um mal em si mesmas. E – quem sabe? – um homem ponderado e cuidadoso talvez pudesse fazer melhor com a sua calculadora do que com um ábaco.

E quando vejo provas sobre as maravilhas da mão e da mente humanas, quando elas sabem ainda fazer-se valer contra a feitiçaria dos circuítos electrónicos e dos minúsculos chips, fico contente, lamentando que não se possam inventar novos ábacos onde registar os artigos da Constituição que tanta água fazem meter aos governantes, sobretudo quando pretendem diminuir mais e sempre mais aos salários e pensões dos cidadãos portugueses.

Seria reconfortante saber que certas formas, muito antigas e simples, de simplificar a vida dos nossos mui caros políticos no poder.”

Disse Al Goodman: “Foi criado o computador perfeito. Alimentamo-lo com os nossos problemas – e eles nunca mais de lá saem.”


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