Sem o computador, não teríamos percebido que
a informação, como a electricidade, é uma forma de energia. A electricidade é a
energia mais barata, mais abundante e mais versátil para o trabalho mecânico.
Mas a informação é a energia básica para o
funcionamento da mente. E esta é a primeira era para o trabalho mental se
tornou disponível. Nas épocas passadas,
informação foi sempre insuficiente.
Quando havia, era cara, tardia e
extraordinariamente falível. Hoje em dia, a maioria das pessoas em lugares de
responsabilidade – no governo, nos hospitais, nos laboratórios de
investigação, nos negócios – gasta demasiado tempo a procurar informações,
geralmente incorrectas e de pouca confiança,
sobre o que aconteceu ontem.
«A máquina não isola o homem dos grandes
problemas da Natureza: mergulha-o mais profundamente neles.»
“Já viram um ábaco – aquelas coisas com
continhas de madeira em filas? São vendidos principalmente em lojas de
curiosidades para decoração de paredes. Mas, na realidade, o ábaco é uma
máquina de somar, uma calculadora e um computador.
Mas, pensando bem, não é exactamente assim:
o ábaco executa apenas o registo visual dos cálculos que se processam na mente
de quem o usa.
Milhões de pessoas na Ásia empregam ainda
diariamente o ábaco, que é utilizado talvez
há mais de dois mil anos. Não só é um
instrumento prático e eficiente,como é bonito e agradável de se pegar e tocar.
Madeira, latão e marfim. E quanto mais velho, quanto mais manuseado pelos
homens, mais bonito se torna – liso, escuro e polido. Dura uma vida; não
precisa de ser actualizado; todo o software necessário para o operar está na
nossa cabeça; e, se se partir, pode ser reparado até por uma criança de oito
anos com ferramentas caseiras.
A presença do ábaco dá-nos uma perspectiva
sobre certos tipos de progresso.
O grande duelo ábaco-PC. O homem que venceu a
máquina que muitos dizem ser perfeita.
Parece que o computador teve muita pressa em
comprovar a eficiência da sua máquina e lhe introduziram elementos confusos.
Mas, não interpretem mal: as calculadoras de
bolso, vieram para ficar. Não sou um ludita – as máquinas não são um mal em si
mesmas. E – quem sabe? – um homem ponderado e cuidadoso talvez pudesse fazer
melhor com a sua calculadora do que com um ábaco.
E quando vejo provas sobre as maravilhas da
mão e da mente humanas, quando elas sabem ainda fazer-se valer contra a
feitiçaria dos circuítos electrónicos e dos minúsculos chips, fico contente,
lamentando que não se possam inventar novos ábacos onde registar os artigos da
Constituição que tanta água fazem meter aos governantes, sobretudo quando pretendem
diminuir mais e sempre mais aos salários e pensões dos cidadãos portugueses.
Seria reconfortante saber que certas formas,
muito antigas e simples, de simplificar a vida dos nossos mui caros políticos
no poder.”
Disse Al Goodman: “Foi criado o computador
perfeito. Alimentamo-lo com os nossos problemas – e eles nunca mais de lá saem.”
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