Por vezes, pecamos por excessiva indulgência.
Ora, uma coisa é compreender, outra é abdicar diante do grande dever de defender
a Pátria, de instruir e corrigir os que a agridem constantemente.
Portanto, tudo quanto tem sido dito e feito,
não tem por finalidade incitar os políticos dominantes a escutar serenamente “as
fantasias de todo um povo”. Há coisas que eles não podem deixar que sejam ditas
e feitas, sem arruinar a sua própria autoridade.
É essa a tentação, no entanto, que se
insinuará no seu espírito. Todavia, trata-se de má conselheira.
De facto, quantas vezes, desencorajados por
cenas cada vez mais violentas, eles se contentam com dar de ombros diante das
divagações do povo que além de atravessar a crise, a vive profundamente!?
Os políticos possuem sentimentos?
Perguntam-se milhões de cidadãos que diariamente se vêm a afundar sempre mais,
ouvindo os seus carrascos comentar: “quando tiverem acabado de dizer asneiras, acabará
por se calar…” E repetem, vezes sem conta, que a culpa é da cidadania que
pretendeu viver acima das suas possibilidades, esquecendo-se que nunca, desde Abril de 1974, nunca tiveram a preocupação de equilibrar a barca social em
relação aos seus congéneres europeus, mantendo uma espécie de escravidão vinda
do passado.
Quando se falava nisso, limitavam-se a olhar
e a dizer tornar-se impossível colocar os portugueses ao nível dos franceses ou
alemães, ou mesmo ao nível dos espanhóis.
Agora, apesar de saberem que erraram e que
continuam a errar, continuam a roubar o povo martirtizado, ao mesmo tempo que
afirmam que Portugal está no bom caminho, mantendo os portugueses no
desemprego, roubando-os nos seus subsídios, como na doença, sabendo que tudo
isso será feito em vão…
Termina, pois, o combate, por falta de
combatentes. A paz podre restabelece-se no país.,e eles riem-se boçalmente
vendo aumentar a fome e a miséria no “lar”!
Os mais novos observam: não perderam nada da
cena.
Em qualquer circunstância, mesmo se a paz
pôdre foi restabelecida – e se percebe o quanto é precária – do ponto de vista
social tudo ainda resta por fazer.
Quanto mais se esperar, mais isso se tornará
difícil de sanar. E tudo é mantido, hipocritamente em banho-maria até que se
realizem as eleições autárquicas, 29 de
Setembro. Táctica que terá duas reacções possíveis. Se lhes correrem bem, serão
mais comedidos, mas manterão e aumentarão a austeridade. Se lhes correrem mal,
custe o que custar, roubarão o próprio fio dental que veste o povo português,
acabando por o “enterrar ainda vivo”, tendo mesmo já contratado as carpideiras
que farão o pranto. Porque eles nem sabem fazê-lo, não podem porque sem
qualquer sentimento.
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