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quarta-feira, 21 de agosto de 2013

PS vai tentar travar subconcessão dos Estaleiros de Viana no Parlamento

Ministério da Defesa confirma que há 14 entidades interessadas no concurso da subconcessão dos terrenos e infra-estruturas que termina a 23 de Setembro.
PS defende um modelo de privatização parcial dos ENVC

Os deputados do PS apresentaram esta quarta-feira um projecto de apreciação parlamentar do decreto-lei que autorizou o concurso da subconcessão dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), e vão mesmo avançar com um projecto de resolução a propor a cessação do negócio.
Em paralelo, o ministério de Aguiar Branco anunciou que 14 entidades já manifestaram interesse no concurso da subconcessão dos terrenos e infra-estruturas ENVC, que vigorará até Março de 2031.
A iniciativa parlamentar socialista, na forma de um requerimento, deu hoje entrada na Assembleia da República. Foi anunciada, em Viana do Castelo, em conferência de imprensa, pelo primeiro subscritor do documento, o deputado Jorge Fão.
Eleito pelo Alto Minho Fão afirmou que o concurso, lançado a 31 de Julho pela administração dos ENVC, após autorização do Governo através de decreto-lei, está envolto em “falta de informação” e “nebulosidade”, realçando que para ter acesso às peças do concurso é necessária uma declaração de confidencialidade e o pagamento de uma caução de mil euros.
“O Governo persiste em tratar a alienação deste património público como um negócio de natureza privada. Perante isto, o PS manifesta a sua clara discordância, opõe-se e este procedimento e quer mais esclarecimentos sobre o processo”, afirmou na conferência de imprensa onde marcou presença Rui Solheiro, em representação do Secretariado Nacional do PS, José Manuel Carpinteira, líder distrital do partido e, o presidente da Câmara de Viana, José Maria Costa.
Nesse sentido, considerou que apenas com a presença do ministro no plenário, para esta apreciação parlamentar, que deverá ser agendada para o mês de Setembro, será possível esclarecer as regras do concurso. Fão adiantou que existem muitas perguntas sem resposta, nomeadamente, sobre os actuais postos de trabalho.
“Queremos mais esclarecimentos e transparência no processo, que deve ser alvo de um escrutínio público mais aprofundado. Não se sabe, efectivamente, como vai o senhor ministro tratar os 620 trabalhadores ou como fica o contrato dos navios asfalteiros [encomendados da Venezuela]”, sustentou
Para Jorge Fão “o Governo tem acumulado falhanços nas tentativas de despachar a empresa” acusando o ministério da Defesa de ter “desligado as máquinas e de ter o barco à deriva há mais de dois anos” e de “não defender” os interesses nacionais e regionais neste concurso.
Em alternativa, o PS defende um modelo de privatização parcial dos ENVC, semelhante ao adoptado anteriormente para as OGMA – Indústria Aeronáutica de Portugal, em que o Estado mantém 35% do capital.
“Os ENVC precisam de reestruturação profunda, uma modernização dos procedimentos de funcionamento, um saneamento financeiro para relançar a actividade, o redimensionamento e redução do seu quadro de pessoal e o estabelecimento de parcerias técnicas para a sua evolução tecnológica”, explicou Jorge Fão.
Contactada pela agência Lusa, fonte oficial do Ministério da Defesa Nacional (MDN) afirmou que este pedido de apreciação parlamentar será “mais uma oportunidade” para discutir a gestão dos ENVC “nos últimos anos” e para “demonstrar o que levou a empresa a esta situação, nomeadamente as ajudas do Estado entre 2006 e 2011 e o negócio ruinoso do navio Atlântida”. A mesma fonte realçou que o facto de 14 entidades já terem manifestado na subconcessão “transmite a confiança de que será possível manter a actividade industrial e os postos de trabalho naquela região”.
 
=Público=

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