Tribunal rejeitou candidatura de Paulo Freitas do
Amaral, que terá apresentado fora de tempo uma segunda lista, depois de 11
membros da sua candidatura terem desistido
Paulo Freitas do Amaral, candidato do CDS à Câmara de
Oeiras, foi impedido de concorrer às próximas autárquicas por não ter pessoas
suficientes na sua lista.
Após a desistência de 11 membros da equipa, a
candidatura foi notificada para apresentar novos nomes, mas segundo o tribunal
isso não aconteceu em tempo útil. O CDS vai manter o candidato e diz-se
disposto a tudo para ir a eleições em Oeiras.
Segundo António Carlos Monteiro, secretário-geral do
CDS, "a lista é regular" e o partido "fará tudo" para que a
lista concorra às autárquicas de 29 de Setembro, antevendo um possível recurso
para o Tribunal Constitucional. Quanto às desistências, o secretário-geral
centrista disse que o partido "tratará das dissidências partidárias em
tempo próprio". Fica no entanto sem resposta o que terá motivado a saída
dos integrantes da lista, agora considerada inelegível.
Em Junho, Paulo Portas felicitou a concelhia pelo
convite a um independente, apelidando a escolha de "casamento feliz".
"É uma candidatura especial e eu acho que está em marcha um movimento
surpreendente em Oeiras", sustentou o líder centrista na apresentação da
candidatura de Paulo Freitas do Amaral.
CONCILIAÇÃO DIFÍCIL
Freitas do Amaral foi eleito presidente da junta de
Freguesia da Cruz Quebrada-Dafundo em 2009 pelo PS - foi assessor do secretário
de Estado das Comunidades Portuguesas no primeiro governo de Sócrates -
desvinculando-se do partido em 2011. O presidente da junta disse na altura
estar "desagradado com a vida política do país e desacreditado quanto à
classe política em Portugal", queixando-se de "não haver articulação
entre as políticas socialistas e as políticas da freguesia".
Nesse mesmo ano anunciou a sua candidatura à câmara,
criando para isso o Movimento Oeiras Vive (MOV) e contando com o apoio do
Partido dos Animais e da Natureza (PAN).
Já em Março deste ano, a candidatura de Freitas do
Amaral foi apoiada pelo CDS, levando à extinção do MOV. Pedro Fidalgo Marques,
da comissão política do movimento, acusou o autarca de traição. "Sentimos
que traiu a nossa confiança ao aceitar o apoio de um partido numa candidatura
que era supostamente apartidária e dos cidadãos", disse o antigo apoiante
de Freitas do Amaral. O autarca retorquiu louvando o apoio do CDS a "um
movimento de cidadania", dizendo que as acusações "não têm qualquer
credibilidade".
AUTARCA INVESTIGADO
Em 2012 a delegação de poderes da autarquia à junta
dirigida por Freitas do Amaral foi retirada por Isaltino Morais devido a
"situações anómalas" encontradas durante uma auditoria àquele órgão
local. A freguesia teria adjudicado por ajuste directo 48 empreitadas a uma
construtora constituída no mesmo dia em que as obras lhe foram atribuídas.
A autarquia enviou os relatórios para o Ministério
Público, o Tribunal de Contas e a Inspecção-Geral das Finanças.
=Jornal i=
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