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segunda-feira, 26 de agosto de 2013

«O (DES)INTERESSE DO PRESIDENTE EM RELAÇÃO AOS BOMBEIROS»

Primeira palavra de ordem: que se reflicta antes de falar, de agir, de escrever. Que se reflicta a dois, e mesmo a três,se possível. Mas, por favor, que se reflicta!

Explico-me:

No caso, a cólera, os gritos, as lágrimas absolutamente de nada adiantam. Sendo instintivos, são compreensíveis.

Mas, violência gera violência, especialmente se se trata – como é o caso – de uma daquelas situações em que se encontra implicada a essência mesma de seres sem qualquer importância, posta bem a nu, pela atitude do presidente.

A cidadania reage com o abalo nervoso e a vergonha que tal atitude supõe. Uma repreensão furibunda? Seria o mesmo que derramar ácido numa chaga viva. Em vez de solucionar a crise, complicar-se-ia ainda mais e talvez definitivamente.

Há reflexos que funcionam com a segurança de um automatismo. A flagrante negligência, o real alheamento acerca da sorte dos bombeiros, que se limitavam a combater o seu/nosso inimigo nº 1 – o fogo destruidor das florestas e dos lares de alguns pobres cidadãos que ficaram ainda mais pobres – esse assassino com o qual alguns se divertem causando o mal dos outros – é coisa de somenos importância para o senhor presidente.

O flagrante delito provoca a negativa: só  à força de paciência, de inteligência e de tacto se provocará a confissão leal que poderia libertar e que, em si mesma, seria já uma promessa de convalescença social por parte do senhor presidente.

Não se deve, portanto, agir, ex-abrupto. Deixe-se, primeiro, acalmar essa grande cólera; deixe-se desfazer essa vergonha acerba.

Quem são os bombeiros? Apenas mais uns filhos da nação, é certo, mas de que condição? Não foram eles quem escolheu expor a sua vida em prol de toda uma sociedade e de seus bens imóveis ou móveis? Que poderá dar-lhes, agora o presidente? A vida? Não! Mesmo se se inspira na Senhora de Fátima. Então, ainda uma vez, que se reflicta!

De início, a dois. Isso é indispensável, pois deve-se agir de comum acordo.

Será necessário, a todo o custo, que todos os cidadãos de boa vontade entrem no facebook do presidente e ali escrevam a frase: “As minhas sinceras condolências às famílias dos bombeiros falecidos nos incêndios!”?

Não seria preferível que quer o presidente quer o primeiro-ministro o fizessem, sinceramente, em nome de todos os cidadãos portugueses?

Portante, eles negam-se fazê-lo, porque se trata de simples, banais soldados da paz, que deram a vida para tentarem salvar os bens de outras pessoas, mas também algumas árvores de florestas estatais.

Reflicta-se, tendo presente que há colaboradores, aos quais se confiou a formação e a educação dos bombeiros. Todos nós contribuímos para isso com os nossos impostos e ou donativos jamais negados, porque bem merecidos, já que sempre prontos para ajudar todos os que deles precisam. O bombeiro está sempre pronto para ajudar a resolver o difícil desafio lançado pelo fogo. Mas, infelizmente, não merece das autoridades do país, como se pode verificar, a menor consideração de um simples escrito, de uma simples frase como a acima citada.


De aludir também à justiça que, em meu entender, deverá punir exemplarmente, esses criminosos que, a troco de um punhado de euros se presta a causar o mal alheio e em certos casos a morte de verdadeiros altruístas: Os Bombeiros!

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