Primeira palavra de ordem: que se reflicta
antes de falar, de agir, de escrever. Que se reflicta a dois, e mesmo a três,se
possível. Mas, por favor, que se reflicta!
Explico-me:
No caso, a cólera, os gritos, as lágrimas
absolutamente de nada adiantam. Sendo instintivos, são compreensíveis.
Mas, violência gera violência, especialmente
se se trata – como é o caso – de uma daquelas situações em que se encontra
implicada a essência mesma de seres sem qualquer importância, posta bem a nu,
pela atitude do presidente.
A cidadania reage com o abalo nervoso e a
vergonha que tal atitude supõe. Uma repreensão furibunda? Seria o mesmo que
derramar ácido numa chaga viva. Em vez de solucionar a crise, complicar-se-ia
ainda mais e talvez definitivamente.
Há reflexos que funcionam com a segurança de
um automatismo. A flagrante negligência, o real alheamento acerca da sorte dos
bombeiros, que se limitavam a combater o seu/nosso inimigo nº 1 – o fogo
destruidor das florestas e dos lares de alguns pobres cidadãos que ficaram
ainda mais pobres – esse assassino com o qual alguns se divertem causando o mal
dos outros – é coisa de somenos importância para o senhor presidente.
O flagrante delito provoca a negativa: só à força de paciência, de inteligência e de
tacto se provocará a confissão leal que poderia libertar e que, em si mesma,
seria já uma promessa de convalescença social por parte do senhor presidente.
Não se deve, portanto, agir, ex-abrupto.
Deixe-se, primeiro, acalmar essa grande cólera; deixe-se desfazer essa vergonha
acerba.
Quem são os bombeiros? Apenas mais uns filhos
da nação, é certo, mas de que condição? Não foram eles quem escolheu expor a
sua vida em prol de toda uma sociedade e de seus bens imóveis ou móveis? Que
poderá dar-lhes, agora o presidente? A vida? Não! Mesmo se se inspira na
Senhora de Fátima. Então, ainda uma vez, que se reflicta!
De início, a dois. Isso é indispensável, pois
deve-se agir de comum acordo.
Será necessário, a todo o custo, que todos os
cidadãos de boa vontade entrem no facebook do presidente e ali escrevam a
frase: “As minhas sinceras condolências às famílias dos bombeiros falecidos nos
incêndios!”?
Não seria preferível que quer o presidente
quer o primeiro-ministro o fizessem, sinceramente, em nome de todos os cidadãos
portugueses?
Portante, eles negam-se fazê-lo, porque se
trata de simples, banais soldados da paz, que deram a vida para tentarem salvar
os bens de outras pessoas, mas também algumas árvores de florestas estatais.
Reflicta-se, tendo presente que há
colaboradores, aos quais se confiou a formação e a educação dos bombeiros.
Todos nós contribuímos para isso com os nossos impostos e ou donativos jamais
negados, porque bem merecidos, já que sempre prontos para ajudar todos os que
deles precisam. O bombeiro está sempre pronto para ajudar a resolver o difícil
desafio lançado pelo fogo. Mas, infelizmente, não merece das autoridades do
país, como se pode verificar, a menor consideração de um simples escrito, de
uma simples frase como a acima citada.
De aludir também à justiça que, em meu
entender, deverá punir exemplarmente, esses criminosos que, a troco de um
punhado de euros se presta a causar o mal alheio e em certos casos a morte de
verdadeiros altruístas: Os Bombeiros!
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