O
primeiro-ministro, de forma dramática e, ao mesmo tempo a pretender dar a
entender que existe uma forte coesão na “maioria que suporta o governo”, após
ter enchido bem as barriga e bebido um copo para a “sossega”, vibrou enquanto
discursava para toda uma plateia de “tachistas
e futuros tachistas, oportunistas adeptos da sua forma de fazer política”,
talvez querendo que D. Aníbal de Boliqueime o ouvisse perfeitamente e ficasse
bem impressionado, quase desgastava tudo o que antes comera.
Sim! Porque
isso de falar de pança vazia, causa fadiga física e moral e era necessário
apresentar uma boa forma, porque o povo que se lixe.
Antes uns
dias, todos os meios afirmaram o relançamento da economia e a recuperação junto
dos mercados, a subida do PIB, vindo alguns “especialistas” aos ecrãs
televisivos e nos jornais afirmar que o pior havia já passado nesse aspecto.
Todavia,
aqueles 1,1% verificados na subida da economia, a maior percentagem de
recuperação da zona euro, segundo os mesmos “especialistas” podiam significar
riscos externos e internos que podem colocar em causa o caminho que Portugal
está a seguir que, como se tem visto e vivido, é o da miséria de todo o povo.
Mas, apesar
de as mesas estarem cheias de malta que muito apreciou o convite e ali acolheu
de vários pontos do país, à borla, isto é, à custa daqueles e sempre os mesmos
que pagam todas as diferenças, sentia-se tenso e com vontade de dar um ar de
seriedade às suas palavras.
Mas,
sentia-se um tanto desconfortável, já que tinha uma “pedra no sapato” que lhe
dava cabo do “calo sensível” e que tantas consumições lhe causam, pedra que tem
o nome de Tribunal Constitucional, para onde o senhor D. Anibal de Boliqueime
enviou para já a lei da mobilidade dos funcionários públicos nos seus
articulados, solicitando a fiscalização preventiva.
Ora, foram
palavras suas, o senhor Pedro vê o próprio Tribunal Constitucional como um
risco que pode hipotecar tudo o que foi feito até agora.
Vejamos se
nos entendemos, de uma vez por todas. Se a lei geral do país, a Constituição,
não for escrupulosamente respeitada e defendida, para que serve ela afinal?
Para que
servem, então, os juízes que o compõem? Se. No entender do senhor Pedro e dos
restantes acólitos que compõem o governo, se os cidadãos não podem contar com
esse órgão soberano e independente da tão frágil democracia portuguesa,
acabe-se com ele e com ela também. Ou seja, rasgue-se a Constituição e
poupem-se uns milhões nos vencimentos dos juízes que, de modo algum deverão
sentir-se pressionados por quem quer que seja.
Se a economia
europeia está toda ela fragilizada, e se pode fragilizar ainda mais a nossa,
para que servem todos os sacrifícios não pedidos, antes exigidos e impostos aos
portugueses?
E, porque
motivo não pagam todos aqueles que podem pagar, obrigando os que menos ganham a
pagar por eles, esses miseráveis capitalistas que se defendem dizendo serem
eles os motores da economia, mas enviando as suas finanças para paraísos
fiscais?
“Há símios
que se catam no Zoo da capital!”
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