O primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, o presidente da
Comissão Europeia Durão Barroso e a chanceler alemã Angela Merkel encontram-se
hoje em Berlim, para o lançamento da iniciativa europeia de incentivo ao
emprego jovem, mas é da crise política nacional que falarão.
O
Presidente da República Cavaco Silva não estará em Berlim mas será figura
omnipresente, num encontro que servirá para Passos Coelho perceber qual a
margem de manobra externa que resta ao país, sobretudo perante os seus
credores.
Depois da surpresa dupla das
demissões de Vítor Gaspar e Paulo Portas, fontes diplomáticas europeias admitem
que perante uma situação que consideram de emergência, cabe agora a Cavaco
Silva ter uma palavra decisiva para a saída da crise. Durão Barroso não deverá,
aliás, pronunciar-se publicamente sobre a situação portuguesa antes de falar
com Cavaco e saber o que este tenciona fazer.
Os recados que chegavam ontem ao
fim do dia a Lisboa apontam para uma Europa disposta a negociar condições que
suavizem a austeridade imposta aos portugueses e que evitem um cenário de
eleições antecipadas e, pior, de uma "nova Grécia". Merkel deverá ser
categórica quanto a estes mesmos recados.
Ontem, o gabinete Durão Barroso
dizia que este acompanhava "a situação em Portugal com muita preocupação".
Na declaração no final da tarde de
ontem em que anunciou a recusa da demissão de Portas e a manutenção do Governo
em funções, Passos Coelho defendeu que a clarificação que ia fazer junto do CDS
é "fundamental para manter a credibilidade e confiança internacionais"
do país.
=Público=
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