O actual governo tem grandes problemas. Não
construiu um projecto de Estado, como prova o défice na Saúde. Não investiu
suficientemente em projectos estruturantes de mobilidade urbana. A Educação
está pelas ruas da amargura, nas Finanças grassam as desconfianças e até o
primeiro-ministro se limita a passar férias numa e com uma “manta rota” e o
presidente da República num aldeamento coelheiro.
Entretanto, assiste-se ao talvez maior
fracasso havido no governo na sua estratégia de comunicação, o que é óptimo pra
reconstruir um discurso revigorante, com planos para o futuro, inspirado na
esperança e espírito empreendedor nas pessoas. Só que, esse discurso não existe,
pelo contrário, perante o olhar enviezado de um
presidente que se limita a renovar a sua confiança em si próprio e num
governo a cair aos pedaços.
O passado, mais uma vez, assumiu lugar no presente
e no futuro da Nação!
Sempre que fala num canal televisivo, quem o
ouve? Aliás, quem os ouve, já que não é só ao presidente que se recusam a ouvir
os portugueses, uma vez que nada de novo vem dizer. Talvez consiga alguma
audiência no Portugal profundo do interior. Talvez…
As manifestações de rua, que por pouco não
enveredam por um grande repúdio ao governo, pela forma de não despertarem as “Belas
Adormecidas” dos Palácios de Belém e de S. Bento.
Pelos cafés, pelas e nas ruas, ouvem-se
conversas que deveriam ser gravadas em DVDs que deveriam ser distribuídos pelas
redes sociais e também deveriam ser distribuídos pelas áreas rurais.
Estamos em vésperas de mais um acto eleitoral
e o presidente tem conta aberta no facebook. Se tivesse uma, poderia acumular
seguidores e construir um política para se defender dos ataques que fatalmente
virão após as férias.
A guerra está, portanto, nas mãos dos
bloguistas e internautas, qual um novo exército de 300 espartanos a lutar contra 9 milhões de persas mediáticos.
Como bloguista considero ser “muita estupidez”
que o governo jamais tenha investido nas redes sociais. Governo que não exerce
a luta política, que não argumenta. Tornou-se um elefante parado no meio da
savana, recebendo as flechadas que lhe enviam todos os caciques do PSD ou do
CDS. Tornaram-se num bando de cobardes.
Mas, cega de raiva, a coligação que
forma maioria governamental, enterra
todas as investigações que deveria manter activas, como pretendendo tomar-nos
por “imbecis”, preparando mais assaltos aos salários e pensões. A estratégia
dos membros do governo, cegos e furiosos, consiste em atacar os mais pobres e
em usar o dinheiro público para tentar evitar o descalabro que parece
inexorável no próximo mês.
Mas, sempre com a mesma raiva que o assola, Pedro fala sobretudo na
Assembleia da República para manter vivos os seus ataques às oposições,
afirmando que os gritos de dezenas, centenas de milhares de pessoas à sua porta
nada o preocupa e que jamais irá governar desde as ruas das cidades do país.
Que ninguém pense que se encontra morto, o
que nos obrigaria a todos lutar para o
ressuscitar, como Lázaro.
E, entretanto, que faz o maior partido da
oposição? Porque não acorda? Porque não muda e vem lutar par rua também? Desse modo, arrisca-se a perder a
guerra! Os representantes do adormecido PS, se quiserem atrair cidadãos e
cidadãs, precisam de mostrar mais arrojo e mais auto-estima, assim como muita
mais audácia ns suas atitudes e palavras, mas também e sobretudo, nos seus
actos.
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