Quando, como parece ser o caso, se não sabe o
que se pretende, remata-se de qualquer maneira, e seja o que Deus quiser.
O senhor Aníbal de Boliqueime fez a escolha:
“nem carne nem peixe, antes pelo contrário, água com sabor a vinho tipo
zurrapa, mas, mesmo assim, sob algumas condições.
A primeira pode ser chamada de pretensões
sobre um regresso do Bloco Central alargado ao CDS, como se o actual PS pudesse
desempenhar o mero papel de “lacaio”, reduzindo de tal modo a oposição na
Assembleia da República que, na prática seria inexistente.
Ora, quero ainda convencer-me de que nem o
actual PS aceitaria semelhantes sugestões, uma vez que não aceitaria ser a
“lavadeira de serviço” e prestar-se a um papel que, num futuro não longínquo, o
prejudicaria terrivelmente.
Penso, aliás, que nenhum partido de esquerda
aceitaria a subalternização proposta e pretendida pelo senhor Aníbal que, no
meio de tanta prosápia se limitou a traçar um rumo que, e acredito nisso, lhe
foi proposto pelo patronato e pelos capitalistas.
Certamente que não conseguirá os seus
intentos, de nada servindo as ansiadas reuniões entre os partidos do tal arco
da governação que, como se pode verificar, a sua escolha não pertence ao povo
português.
Aliás, se o governo mantém todos os poderes,
como afirmou, como pode pretender fazer dos portugueses “parvos”, “idiotas” ou
mesmo “obtusos?”
Verifique-se mesmo que tem uma grande
urgência em alterar o actual status quo na política nacional, para poder
surgir, em momentos como os que agora vive, de falta de confiança dos cidadãos,
como “o salvador da Pátria” sugerindo as ideias que lhe insuflaram no vestunto.
Quando se atinge a situação que possa exigir
um governo de Salvação nacional, não podem fazer-se distinções entre os partidos
existentes e votados e com assento parlamentar, uma vez que todos eles
mereceram do povo, em escalas diferentes, é certo, a eleição.
Nõ sei até que ponto o pedido do senhor
Anibal respeita, ou não, a Constituição, ms não respeita minimamente aquela
franja da cidadania que votou e elegeu aqueles que pretendeu excluir do seu
governo de salvação nacional.
E aquela sugestão para que os partidos
recorressem, caso sentissem dificuldades em dialogar sobre a sua proposta, que
mais parece uma imposição sua, não deixou de sugerir o recurso a uma
personalidade de reconhecido prestígio (???) para mediar, talvez sob a sua
égide, tal ou tais conversações.
Parece, no entanto, estar desfasado no tempo
e até no espaço, pois para se tomar a defesa dos interesses nacionais e do povo
português, a hora já chegou há muito e nem ele próprio quis saber dela par
nada, apesar de todas as responsabilidades que mantinha sobre os ombros nesse
aspecto.
Bem pode começar a recorrer às tais medidas
jurídico-constitucionais, que ninguém sabe quais são, uma vez que sobre elas
nada disse, mas que podem passar pela nomeação de um governo de iniciativa
presidencial até que se chegue ao momento de realizar as eleições legislativas
antecipadas, devolvendo a voz ao povo, ponto que deveria ser o seu nesta sua
partida em falso.
Tudo isto só é possível em Portugal e na
defesa dos interesses de apenas alguns, mas não do povo que é sempre quem sofre
as consequências das péssimas políticas postas em prática por políticos
incompetentes e demasiado ambiciosos.
Embora pense que mais cedo ou mais tarde
chegaremos a um ponto em que a partidocracia já não terá mais lugar entre nós,
em que tudo será decidido entre a cidadania sem partidos por trás, sistema
político futuro, creio que para vir anunciar semelhantes sugestões e desejos, o
senhor Aníbal melhor teria feito em manter o seu famoso silêncio, já que não
creio que quer uns quer outros lados do triângulo as aceitem como boas.
E muito menos o povo que não se revê nem num
nem no outro lado, pelo que o senhor Aníbal deveria demitir-se.
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