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quinta-feira, 11 de julho de 2013

«VALIA MAIS ESTAR CALADO…»

Quando, como parece ser o caso, se não sabe o que se pretende, remata-se de qualquer maneira, e seja o que Deus quiser.

O senhor Aníbal de Boliqueime fez a escolha: “nem carne nem peixe, antes pelo contrário, água com sabor a vinho tipo zurrapa, mas, mesmo assim, sob algumas condições.

A primeira pode ser chamada de pretensões sobre um regresso do Bloco Central alargado ao CDS, como se o actual PS pudesse desempenhar o mero papel de “lacaio”, reduzindo de tal modo a oposição na Assembleia da República que, na prática seria inexistente.

Ora, quero ainda convencer-me de que nem o actual PS aceitaria semelhantes sugestões, uma vez que não aceitaria ser a “lavadeira de serviço” e prestar-se a um papel que, num futuro não longínquo, o prejudicaria terrivelmente.

Penso, aliás, que nenhum partido de esquerda aceitaria a subalternização proposta e pretendida pelo senhor Aníbal que, no meio de tanta prosápia se limitou a traçar um rumo que, e acredito nisso, lhe foi proposto pelo patronato e pelos capitalistas.

Certamente que não conseguirá os seus intentos, de nada servindo as ansiadas reuniões entre os partidos do tal arco da governação que, como se pode verificar, a sua escolha não pertence ao povo português.

Aliás, se o governo mantém todos os poderes, como afirmou, como pode pretender fazer dos portugueses “parvos”, “idiotas” ou mesmo “obtusos?”

Verifique-se mesmo que tem uma grande urgência em alterar o actual status quo na política nacional, para poder surgir, em momentos como os que agora vive, de falta de confiança dos cidadãos, como “o salvador da Pátria” sugerindo as ideias que lhe insuflaram no vestunto.

Quando se atinge a situação que possa exigir um governo de Salvação nacional, não podem fazer-se distinções entre os partidos existentes e votados e com assento parlamentar, uma vez que todos eles mereceram do povo, em escalas diferentes, é certo, a eleição.

Nõ sei até que ponto o pedido do senhor Anibal respeita, ou não, a Constituição, ms não respeita minimamente aquela franja da cidadania que votou e elegeu aqueles que pretendeu excluir do seu governo de salvação nacional.

E aquela sugestão para que os partidos recorressem, caso sentissem dificuldades em dialogar sobre a sua proposta, que mais parece uma imposição sua, não deixou de sugerir o recurso a uma personalidade de reconhecido prestígio (???) para mediar, talvez sob a sua égide, tal ou tais conversações.

Parece, no entanto, estar desfasado no tempo e até no espaço, pois para se tomar a defesa dos interesses nacionais e do povo português, a hora já chegou há muito e nem ele próprio quis saber dela par nada, apesar de todas as responsabilidades que mantinha sobre os ombros nesse aspecto.

Bem pode começar a recorrer às tais medidas jurídico-constitucionais, que ninguém sabe quais são, uma vez que sobre elas nada disse, mas que podem passar pela nomeação de um governo de iniciativa presidencial até que se chegue ao momento de realizar as eleições legislativas antecipadas, devolvendo a voz ao povo, ponto que deveria ser o seu nesta sua partida em falso.

Tudo isto só é possível em Portugal e na defesa dos interesses de apenas alguns, mas não do povo que é sempre quem sofre as consequências das péssimas políticas postas em prática por políticos incompetentes e demasiado ambiciosos.

Embora pense que mais cedo ou mais tarde chegaremos a um ponto em que a partidocracia já não terá mais lugar entre nós, em que tudo será decidido entre a cidadania sem partidos por trás, sistema político futuro, creio que para vir anunciar semelhantes sugestões e desejos, o senhor Aníbal melhor teria feito em manter o seu famoso silêncio, já que não creio que quer uns quer outros lados do triângulo as aceitem como boas.


E muito menos o povo que não se revê nem num nem no outro lado, pelo que o senhor Aníbal deveria demitir-se.

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