Estudo da
associação Transparência e Integridade refere que 70% dos portugueses encaram a
corrupção como um problema sério ou muito sério no sector público
Portugal é
o 3º país da Europa em que os inquiridos menos admitem ter pago subornos para
obter bens ou serviços públicos
Oito em cada dez portugueses consideram que a corrupção aumentou
nos últimos dois anos e a maioria diz que “o Governo está nas mãos de um
conjunto restrito de grupos económicos”.
No que toca
ao combate à corrupção, 70% dos portugueses consideram-no ineficaz em Portugal,
de acordo com o estudo, coordenado por Luís de Sousa, do Instituto de Ciências
Sociais da Universidade de Lisboa, e realizado por três investigadores de
universidades de Lisboa e do movimento Transparência e Integridade.
Segundo este trabalho, 78% dos
portugueses consideram que a corrupção piorou em Portugal nos últimos dois
anos. Este é, segundo o documento, “o pior score [resultado] de toda a União
Europeia”, revelado pela “maior sondagem mundial sobre corrupção”, levada a
cabo pela Transparency International, representada em Portugal pela TIAC --
Transparência e Integridade, Associação Cívica.
O relatório indica ainda que 60%
dos portugueses acham que os contactos pessoais são importantes para obter
serviços ou acelerar procedimentos na administração pública.
Quanto à corrupção no sector
público, apenas os gregos têm a mesma percepção do que os portugueses
relativamente à importância deste crime nos organismos públicos. Imediatamente
a seguir surgem os espanhóis, lituanos e romenos.
Mais de metade (53%) dos
portugueses consideram que “o Governo está nas mãos de um conjunto restrito de
grupos económicos” e “teme que as decisões políticas sejam tomadas sem
independência, favorecendo esses mesmos grandes interesses económicos”.
No que respeita à justiça, 42% dos
portugueses acham que a justiça portuguesa não protege de represálias quem
denuncia a corrupção ou colabora com as autoridades.
De acordo com o estudo, 85% dos
portugueses acreditam que o envolvimento dos cidadãos é fundamental no combate
à corrupção.
Já no que toca ao pagamento de
subornos a nível da Europa, 11% dos inquiridos admitem ter pago subornos em
pelo menos um de oito tipos de serviços públicos nos últimos doze meses. Nesta
questão, Portugal é o terceiro país da Europa em que os inquiridos menos
admitem ter pago subornos para obter determinados bens ou serviços públicos.
O trabalho resultou de um
inquérito de opinião realizado por telefone pela Marktest para a Gallup Internacional,
comissionado pela Transparency International e efectuado entre 27 de Agosto e
27 de Setembro de 2012.
Foram realizadas 1.000 entrevistas
num universo populacional de perto de oito milhões de pessoas.
O limite mínimo de idade para
responder ao estudo era 18 anos e no que toca a regiões incidiu sobre a Grande
Lisboa, o Grande Porto, o norte litoral, centro litoral, interior norte e sul.
=Público=
Sem comentários:
Enviar um comentário