Sabem uma coisa? Ainda há entre a cidadania
quem diga que merecem mais respeito que aquele que lhes dedicamos. Que dizem os
senhores que receberam o voto do povo que é o português?
Como diz um professor universitário, os
senhores deputados da nação acumulam uma data de tachos durante as manhãs e,
durante a tarde, vão até à assembleia da República defender o que consideram
ser os vossos direitos, ou seja, a manutenção desses mesmos tachos da melhor
maneira possível para Vossas Excelências, pois como deputados apenas e apesar
do vencimento, não é salário que se veja para quem tanto sabe, sobretudo acerca
das formas de corrupção praticadas.
Imaginem-se administradores de várias
empresas, como acontece de verdade; seguidamente, imaginem que algum deputado
de outro partido que não o vosso, apresenta uma proposta contra a acumulação de
tachos; claro que terão de votar contra e fazer com que sejam aniquiladas.
Compreensível, não é verdade?
Mas, na realidade, os senhores deputados
foram eleitos para defenderem apenas e somente os interesses da Nação, não os
vossos interesses nem sequer os interesses partidários. Apenas os interesses da
Nação, da Pátria, do País.
Mas, se assim fizerem, lá se vão as férias
naquelas ilhas paradisíacas, lá se vai o mercedes ou mesmo o ferrari, lá se vai
a bruta vivenda murada num local a condizer com a vossa imaginária condição
social, porque no fundo, Vossas Excelências são penas seres humanos como os
membros do povo, feitos da mesmíssima maneira, paridos igualmente e, por vezes,
criados e educados tão diferentemente de alguns de entre nós, que metem dó
quando se querem dar certos ares.
Conheço muitos de Vossas Excelências e sei do
que falo, sei em que condições viveram a vossa infância e adolescência e
juventude.
Mas, é verdade que a convivência com outros
cujos princípios foram totalmente diferentes, mas onde a educação familiar de
certo modo proibia a ganância, a gula e a soberba que os assola desde há anos,
pelo que souberam manter-se dentro dos parâmetros considerados normais da
vivência humana, isto é, mantendo-se dentro de uma sociedade com possibilidades
económicas e financeiras mas, ao mesmo tempo, dentro da humildade humana e
social.
Ora, Vossas Excelências, conseguida uma
licenciatura, tantas e tantas vezes à custa do empenhamento paterno, e a
palavra empenhamento tem um significado literal, de imediato se lançaram em
busca de novas fronteiras, aquelas que levavam à riqueza, ao capitalismo,
esquecendo-se mesmo, nalguns casos, que são muitos, a fazerem de conta que
aqueles que lutaram para que fossem alguém, fossem totalmente esquecidos e que
fossem eles e só eles a pagar as dívidas feitas para lhes poderem proporcionar rica vida que têm hoje.
No fundo, quem são Vossas Excelências?
Aquelas crianças “ranhosas” e incapazes de outra coisa fazer senão o “carvão”
que alimentou a fogueira da vossa ganância e arrogância?
O mais “engraçado” é que, dotados de uma
inteligência limitada e, de certo modo trofiad, logo que conseguida a tal
licenciatura, permitiram que as vossas asas tentassem abrir-se, à custa do
partido onde se filiaram e que segue as linhas do capitalismo, e se tornaram
vedetas quando eleitos numa lista, até porque se assim não fosse e só se
pudessem candidatar pela vossa circunscrição natal, nunca chegariam a ocupar
uma cadeira fosse em que bancada parlamentar fosse.
Há anos que Portugal se tem tornado no país
dos “doutores” que nada sabem, pois que, eis senão que, quando se aproxima a
hora da verdade, se limitam a figurar dentro de uma grande vulgaridade
intelectual.
E é por vossa causa que o país está de
rastos, são Vossas Excelências quem o arrasta cada vez mais para a ruína,
arrastando com ele todo um povo trabalhador, pois dentro da vossa indigência
intelectual são incapazes de poder fazer melhor.
Defendo, é verdade, a competência, mas antes
dela defendo a capacidade que Vossas Excelências não poderão jamais mostrar.
Aliás, tudo quanto afirmo fica amplamente
demonstrado quando entram ainda imberbes para a política activa. Tenham um belo
dia e, se fizerem o favor, não falem muito, pois há muitas moscas no ar.
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