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segunda-feira, 1 de julho de 2013

«O PROBLEMA DO MÉTODO»

Não existe apenas um – o que seria uma solução muito fácil – mas centenas de milhar de métodos. Tantas quantas são as individualidades ou, para que ninguém se assuste, tantos quantos são os tipos de individualidades.

Pode educar-se uma nervosa mentirosa, do mesmo modo que se educaria alguém apático?

Cuidará o senhor Pedro da secretária de Estado do Tesouro da mesma forma que trata, costuma tratar aqueles que afirma terem mentido – e quem poderá falar de mentiras em Portugal sobretudo durante as campanhas eleitorais e depois quase ad eternum – como tratando-se de alguém indomável que só tem um olho que se limita a ver setinhas elevadas ao céu cor de laranja?

Ora, se o próprio senhor Vitor a desmentiu já, porque teimará na mentira e porque não toma  atitude que se impunha por parte do senhor Pedro?

A primeira coisa a fazer é dar-se conta das disposições gerais, das tendências profundas do actual governo para  mentira descarada. Nunca se levar´esse estudo demasiado longe, por inexaurível.

Convém, acima de tudo, manter uma imagem de conveniência, nem que seja à força, de uma pureza governamental e de uma oposição aldrabona, “ e ai de quem tente inverter os papéis”. É preciso manter o país num clima de crise permanente, onde a menor observação ferirá; a menor alusão oporá os caracteres e temperamentos; um gesto, um olhar serão interpretados como provocações, que nem o senhor Pedro nem o senhor Silva consentirão jamais.

É o próprio carácter do país que é deformado irremediavelmente, pois essa personagem da vida política e financeira nacional é uma confidente, a quem confiar o que não mais confiaria  ninguém mais, enquanto se pode e deve – não se aproximem as eleições autárquicas – que já não interessa que se lixem  - mediante uma impressionante passividade do senhor Seguro que se torna impressionante, quando afirma publicamente que só lhe interessa vencer por um voto apenas.

Se o país pensar, fa-lo-á do seguinte modo: “Estou bem arranjado, se tenho de cuidar disso tudo!” Pois é preciso, já que, infelizmente, não existem verdadeiros líderes em Portugal e rareiam também no resto do Mundo.

E com um olhar, com um sorriso – e até o jeito de um sorriso – um gesto, uma reflexão que parece desprovida de propósito, é, talvez, menos que isso: um pouco de irritabilidade, de insónia, um cansaço de memória, uma falta geral de tensão, sem que nenhuma dessas manifestações possa ser negligenciada.


Já é tempo de pensar nisso, agora!

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