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sexta-feira, 12 de julho de 2013

«MIRAGENS DE CERTOS LUSITANOS»

Se nesta Velha Lusitânia ainda não se tinham resolvido, nem de longe, os problemas, depois de determinado discurso, os problemas aprofundaram-se.

É evidente, com efeito, que não se pode impedir toda a leitura romanesca, nem proibir não importa que “filme”. Nada seria tão louco, porque há faíscas mais perigosas que a própria chama.

Não é recusando qualquer alimento à imaginação e à sensibilidade de certos políticos que elas serão formadas. Ao contrário, essa é a maneira de as deformar e, coisa curiosa, de deformá-las exasperando-as de forma diferente.

A excitação que lhe é recusada, o político procurá-la-á noutro lado. Talvez não saibamos de nada. E, nesse caso, até poderemos ficar tranquilos. Mas não se deve esquecer que se está a passar ao lado de dramas, cuja chave não se possui.

Que se deve fazer? Caso difícil… A dosagem específica que cada individualidade reclama é problema de tentativas.

Compreender-se-á, por conseguinte, que não se possa apresentar senão princípios gerais, desejando que cada qual os aplique com sabedoria e discernimento.

Inicialmente, o cidadão pode bem notar o aspecto propriamente moral do problema, por estranho que isso possa parecer, é secundário. Já alguém viu algum político preocupar-se com a moralidade dos seus ditos e dos seus feitos?

De facto, assistimos hoje  um romance e a um filme que incitam ao mal e que perturbam o mecanismo psicológico dos assistentes, nós.

O que é necessário prevenir, é essa perturbação e a incitação ao mal, isto é, a conivência com a tentação não mais existirá ou, pelo menos, os seus efeitos serão amortecidos.

Mas, apesar de tudo o que tem sido dito nestes últimos dias, continua-se a assistir à arrogância destilada pelos que detêm a maioria e se imaginam os proprietários legais e únicos do país e seu povo.

Fala-se de demagogia e de irresponsabilidade, como se poderia falar de carrascos ou vilões, de tal modo que dá  impressão de estarmos a assistir a um filme que pode causar um desencaminhamento psicológico tal que, até o político no uso da palavra duvida do que ouve de si próprio.

Abusou-se muito desse género de filmes entre nós e nos últimos dois anos, não sendo, portanto, estranho que experimentemos a sua repercussão a propósito de assuntos completamente diferentes.

Nada pode enfraquecer a força de resistência, que é a melhor protecção contra a tentação. Sim, seguramente.


Como diz o velho ditado: “Quem comeu a carne, que roa agora os ossos”, e todos sabemos que em demasiados casos foram muitos os que nem ossos tiveram para roer, devido a toda  austeridade abusiva imposta aos cidadãos.

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