Dois dias
após a demissão do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, há um
entendimento entre as partes. Composição do Governo vai mudar, mas não vai
haver uma "remodelação profunda" [em actualização].
Pedro
Passos Coelho e Paulo Portas chegaram a acordo. À terceira reunião entre ambos,
ficou definido que o CDS vai continuar a apoiar o Governo, confirmou à Renascença fonte da maioria. O novo
entendimento entre PSD e CDS prevê "alterações pontuais" no Executivo,
ficando excluída uma "remodelação profunda". A Renascença está a apurar mais detalhes sobre
os moldes do acordo.
Passos Coelho já se deslocou a Belém para reunir com Cavaco Silva. O primeiro-ministro deve apresentar os contornos do novo acordo entre PSD e CDS.
Depois da demissão do líder do CDS, anunciada terça-feira, Pedro Passos Coelho e Paulo Portas reuniram em três ocasiões. O primeiro encontro decorreu quarta-feira à noite, logo depois de o primeiro-ministro ter chegado de Berlim. Esta quinta-feira, houve uma reunião de manhã e outra à tarde, que terminou pouco depois das 16h00 e que resultou no acordo.
A crise política em Portugal começou com a demissão do ministro de Estado e das Finanças, Vítor Gaspar, na segunda-feira. No dia seguinte, o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros também se demitiu. Paulo Portas, que tinha subido a número 2 da hierarquia do Governo com a saída de Vítor Gaspar, anunciou que discordava da escolha de Maria Luís Albuquerque para ministra das Finanças, por considerar que se trata de uma opção de "continuidade". O líder do CDS disse que pretendia um caminho "diferente".
"Expressei atempadamente este ponto de vista ao primeiro-ministro, que, ainda assim, confirmou a sua escolha. Em consequência, e tendo em atenção a importância decisiva do Ministério das Finanças, ficar no Governo seria um acto de dissimulação. Não é politicamente sustentável, nem é pessoalmente exigível", justificou Paulo Portas em comunicado.
Quase no fim do texto, o líder do CDS não escondeu o mal-estar entre os parceiros de coligação. "Ao longo destes dois anos protegi até ao limite das minhas forças o valor da estabilidade. Porém, a forma como, reiteradamente, as decisões são tomadas no Governo torna, efectivamente, dispensável o meu contributo."
Na resposta, e durante uma declaração ao país, Passos Coelho afirmou que não estava à espera desta decisão de Paulo Portas. "Eu próprio tenho de manifestar a minha surpresa. Quando propus ao Presidente da República a ministra das Finanças e os seus secretários de Estado, que incluem um membro do CDS e que tinha sido confirmado pelo Dr. Paulo Portas, os acontecimentos eram evidentemente impensáveis."
Passos Coelho já se deslocou a Belém para reunir com Cavaco Silva. O primeiro-ministro deve apresentar os contornos do novo acordo entre PSD e CDS.
Depois da demissão do líder do CDS, anunciada terça-feira, Pedro Passos Coelho e Paulo Portas reuniram em três ocasiões. O primeiro encontro decorreu quarta-feira à noite, logo depois de o primeiro-ministro ter chegado de Berlim. Esta quinta-feira, houve uma reunião de manhã e outra à tarde, que terminou pouco depois das 16h00 e que resultou no acordo.
A crise política em Portugal começou com a demissão do ministro de Estado e das Finanças, Vítor Gaspar, na segunda-feira. No dia seguinte, o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros também se demitiu. Paulo Portas, que tinha subido a número 2 da hierarquia do Governo com a saída de Vítor Gaspar, anunciou que discordava da escolha de Maria Luís Albuquerque para ministra das Finanças, por considerar que se trata de uma opção de "continuidade". O líder do CDS disse que pretendia um caminho "diferente".
"Expressei atempadamente este ponto de vista ao primeiro-ministro, que, ainda assim, confirmou a sua escolha. Em consequência, e tendo em atenção a importância decisiva do Ministério das Finanças, ficar no Governo seria um acto de dissimulação. Não é politicamente sustentável, nem é pessoalmente exigível", justificou Paulo Portas em comunicado.
Quase no fim do texto, o líder do CDS não escondeu o mal-estar entre os parceiros de coligação. "Ao longo destes dois anos protegi até ao limite das minhas forças o valor da estabilidade. Porém, a forma como, reiteradamente, as decisões são tomadas no Governo torna, efectivamente, dispensável o meu contributo."
Na resposta, e durante uma declaração ao país, Passos Coelho afirmou que não estava à espera desta decisão de Paulo Portas. "Eu próprio tenho de manifestar a minha surpresa. Quando propus ao Presidente da República a ministra das Finanças e os seus secretários de Estado, que incluem um membro do CDS e que tinha sido confirmado pelo Dr. Paulo Portas, os acontecimentos eram evidentemente impensáveis."
O
primeiro-ministro revelou ainda que não aceitou a demissão de Paulo Portas,
motivo pelo qual não apresentou a Cavaco Silva a exoneração do ministro de
Estado e dos Negócios Estrangeiros. "Numa democracia madura, um Governo de
coligação que goza do apoio de uma forte maioria dos representantes do povo não
pode ser posto em causa a não ser por divergências de enorme gravidade."
Esta
quarta-feira, um jornalista estrangeiro perguntou a Passos Coelho, em Berlim,
se o primeiro-ministro português se demite caso o CDS deixe o Governo.
"Não me demito porque não tenho razões para me demitir", respondeu o
governante português.
Depois
da demissão de Paulo Portas, que sublinhou que a sua decisão era
"irrevogável", os ministros do CDS no Governo colocaram igualmente os
seus lugares à disposição. Assunção Cristas (Agricultura, Mar, Ambiente e
Ordenamento do Território) e Mota Soares (Solidariedade e Segurança Social) vão
manter-se nos cargos por decisão do partido. Já Paulo Portas está mandatado
para negociar.
=Renascença=
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