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sexta-feira, 5 de julho de 2013

Cavaco exige garantias

Irritado com Portas, o Presidente quer garantias de que o Orçamento de 2014 passa, que as metas são cumpridas e que os nomes do Governo têm peso

O Presidente da República não disse a Passos Coelho ontem, na reunião de hora em meia em Belém, que exigia a permanência de Paulo Portas no Governo, de forma a aceitar o novo Executivo que a coligação está a preparar, disseram ao SOL fontes ligadas aos dois lados da mesa.

Porém, é já certo que o Presidente não vai "vender barato" o seu acordo a uma qualquer solução lhe seja apresentada. Segundo apurou o SOL, o Presidente ficou estupefacto com o rebentar da crise governativa. E se ontem ainda nem discutiu nomes com Passos, não deixará de exigir aos dois líderes da coligação garantias claras e específicas de que o novo Executivo vai, pelo menos, terminar o memorando, com fim previsto para Junho de 2014.

Isso pode passar, por exemplo, pela garantia dos dois partidos sobre a execução dos compromissos já assumidos com a troika, nomeadamente quanto às metas e medidas acordadas na sétima avaliação. Mas também pela definição clara das linhas com que se fará o próximo Orçamento – e de que ele será aprovado em todo o caso.

Mais: se Portas não ficar no Executivo, uma fonte ouvida pelo SOL considera líquido que o Presidente só aceitará no seu lugar uma "primeira linha" do CDS. Isto será equivalente a dizer Pires de Lima ou Lobo Xavier, na pasta da Economia, que claramente os centristas pretendem assumir, por troca com o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portas.

Cavaco Silva encontrou aqui o seu momento de dizer ‘chega’. E levará isso até ao último minuto: em qualquer circunstância, não vai aceitar uma solução de Passos e Portas sem ouvir os partidos políticos, convocados para irem a Belém na segunda-feira.


Apanhado totalmente desprevenido pelo anúncio público da demissão de Paulo Portas, o Presidente sentiu-se sem chão perante a instabilidade criada pelo ainda ministro de Estado. Considera que a situação nunca devia ter existido. E tão pouco está a gostar dos sinais que chegam a Belém, até mesmo do PSD e CDS, como as notícias sucessivas sobre as negociações, muitas vezes contraditórias, ou a "clara sensação" de que muitos dirigentes dos dois partidos não estão crentes nas soluções que estão a ser trabalhadas nos bastidores.
PS: Gostaria de poder colocar uma pergunta ao senhor Silva. Para quê vir acenar aos portugueses com a apresentação de uma moção de censura a apresentar na Assembleia da República? Porque não cumpre com o dever supremo de devolver a palavra aos portugueses, que são soberanos deste país?

É que começamos a estar “fartos” de ser gozados pelos falsos políticos que nos sairam na rifa!


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