Irritado com Portas,
o Presidente quer garantias de que o Orçamento de 2014 passa, que as metas são
cumpridas e que os nomes do Governo têm peso
O
Presidente da República não disse a Passos Coelho ontem, na reunião de hora em
meia em Belém, que exigia a permanência de Paulo Portas no Governo, de forma a
aceitar o novo Executivo que a coligação está a preparar, disseram ao SOL
fontes ligadas aos dois lados da mesa.
Porém,
é já certo que o Presidente não vai "vender barato" o seu acordo a
uma qualquer solução lhe seja apresentada. Segundo apurou o SOL, o Presidente
ficou estupefacto com o rebentar da crise governativa. E se ontem ainda nem
discutiu nomes com Passos, não deixará de exigir aos dois líderes da coligação
garantias claras e específicas de que o novo Executivo vai, pelo menos,
terminar o memorando, com fim previsto para Junho de 2014.
Isso
pode passar, por exemplo, pela garantia dos dois partidos sobre a execução dos
compromissos já assumidos com a troika, nomeadamente quanto às metas e medidas
acordadas na sétima avaliação. Mas também pela definição clara das linhas com
que se fará o próximo Orçamento – e de que ele será aprovado em todo o caso.
Mais:
se Portas não ficar no Executivo, uma fonte ouvida pelo SOL considera líquido
que o Presidente só aceitará no seu lugar uma "primeira linha" do
CDS. Isto será equivalente a dizer Pires de Lima ou Lobo Xavier, na pasta da
Economia, que claramente os centristas pretendem assumir, por troca com o
Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portas.
Cavaco
Silva encontrou aqui o seu momento de dizer ‘chega’. E levará isso até ao
último minuto: em qualquer circunstância, não vai aceitar uma solução de Passos
e Portas sem ouvir os partidos políticos, convocados para irem a Belém na
segunda-feira.
Apanhado
totalmente desprevenido pelo anúncio público da demissão de Paulo Portas, o
Presidente sentiu-se sem chão perante a instabilidade criada pelo ainda
ministro de Estado. Considera que a situação nunca devia ter existido. E tão
pouco está a gostar dos sinais que chegam a Belém, até mesmo do PSD e CDS, como
as notícias sucessivas sobre as negociações, muitas vezes contraditórias, ou a
"clara sensação" de que muitos dirigentes dos dois partidos não estão
crentes nas soluções que estão a ser trabalhadas nos bastidores.
PS:
Gostaria de poder colocar uma pergunta ao senhor Silva. Para quê vir acenar aos
portugueses com a apresentação de uma moção de censura a apresentar na
Assembleia da República? Porque não cumpre com o dever supremo de devolver a
palavra aos portugueses, que são soberanos deste país?
É que
começamos a estar “fartos” de ser gozados pelos falsos políticos que nos sairam
na rifa!
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