Presidente
do governo espanhol está no Parlamento a explicar o seu envolvimento no
"caso Bárcenas". Socialistas insistem que deve demitir-se.
Rajoy: o
que Bárcenas disse é mentira
O presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, admitiu esta
quinta-feira no Parlamento de Madrid que recebeu pagamentos extra, provenientes
dos cofres do Partido Popular a que pertence. "Mas sempre declarei os meus
rendimentos e as minhas declarações de rendimentos estão à vista".
"Pagaram-se
salários, remunerações extra, complementos de cargos? Sim. Como se faz em todo
o lado, é o correcto. Pagou-se por um trabalho que foi feito, pagou-se por um
cargo que se ocupou, pagou-se e incluiu-se na contabilidade do partido.
Declarar esse dinheiro às finanças já é uma responsabilidade pessoal. Eu sempre
declarei os meus ganhos e as minhas declarações de rendimentos estão à vista de
todos", disse Mariano Rajoy.
Na segunda parte da sessão no
Parlamento, Rajoy irá certamente ter que responder à pergunta sobre a
legalidade desses ganhos. Eles são proibidos pela Lei de Incompatibilidades, em
vigor desde 1995, que proibe a detentores de cargos públicos (e Rajoy era
ministro quando recebeu as compensações) de receber qualquer outro salário.
Mariano Rajoy negou todas as
outras declarações do seu antigo tesoureiro, Luis Bárcenas. "O meu papel
nesta história foi este: cometi o erro de acreditar num falso inocente.
Enganou-me? Sim. Era fácil para ele porque eu não condeno ninguém com base em
suposições", disse Rajoy.
O chefe do Governo disse que a história de Luis Bárcenas, que foi tesoureiro do PP, começou em 2009. "Soubemos que o tesoureiro tinha sido imputado no 'caso Gürtel'", outro caso de corrupção na direita espanhola. Lembrou que havia muitas acusações contra o tesoureiro, mas que estas foram retiradas, e recordou que houve um ministro socialista, e um juiz, Baltazar Gárzon, que forma afastados por usarem meios ilegais na investigação. Justificou a confiança que deu a Bárcenas com a atitude da Justiça - chegou a retirar as acusações contra Bárcenas.
Depois, disse, chegaram documentos à imprensa, Bárcenas fez acusações. "São falsas as suas acusações, as suas meias verdades e as interpretações dos media", disse Rajoy que chegou a falar de fascismo e estalinismo ao dizer que está a ser julgado na praça pública sem possibilidade de defesa.
O chefe do Governo disse que a história de Luis Bárcenas, que foi tesoureiro do PP, começou em 2009. "Soubemos que o tesoureiro tinha sido imputado no 'caso Gürtel'", outro caso de corrupção na direita espanhola. Lembrou que havia muitas acusações contra o tesoureiro, mas que estas foram retiradas, e recordou que houve um ministro socialista, e um juiz, Baltazar Gárzon, que forma afastados por usarem meios ilegais na investigação. Justificou a confiança que deu a Bárcenas com a atitude da Justiça - chegou a retirar as acusações contra Bárcenas.
Depois, disse, chegaram documentos à imprensa, Bárcenas fez acusações. "São falsas as suas acusações, as suas meias verdades e as interpretações dos media", disse Rajoy que chegou a falar de fascismo e estalinismo ao dizer que está a ser julgado na praça pública sem possibilidade de defesa.
A oposição exigiu várias vezes que
fosse ao Parlamento explicar-se, Rajoy rejeitou-o sempre. Só o desgaste
provocado pelo início dos depoimentos de Bárcenas fez o PP ceder e aceitar que
Rajoy fosse responder perante as Cortes. Os socialistas ameaçaram com uma moção
de censura - "Não me ameacem, se cada vez que um presidente de um
governo socialista tivesse que vir a esta câmara e tivessemos apresentado uma
moção de censura, tinha havido muitas".
A sessão deverá ser longa e Rajoy
terá que se submeter às perguntas de todos os partidos da oposição com assento
nas Cortes. Os socialistas admitem recorrer à moção de censura se Rajoy não se
demitir; os populares têm a maioria absoluta no Parlamento.
Não façam isso, apelou Rajoy, que
depois de explicar os seus ganhos, passou ao ataque cerrado aos socialistas.
"Porque querem sabotar a confiança dos mercados? O que esperam conseguir a
troco de levar a Espanha à ruína", disse, bramindo a arma da crise
financeira contra a possibilidade da moção de censura.
"O senhor, longe de ser a solução
para esta crise política, agravou-a porque não se portou como um presidente do
governo, portou-se como um presidnete de um partido", respondeu o líder
socialista, Alfredo Rubalcalba.
O que está em causa, disse o
socialista, é a existência de uma contabilidade paralela no PP, com
contribuições de empresas, que durou 20 anos. "Uma contabilidade
falsa", disse, acusando Rajoy de querer passar a ideia de ser uma vítima.
"Quando foi que o senhor Bárcenas de tesoureiro inatacável a delinquente?
Quando rompeu o silêncio forjado durante 20 anos".
Rubalcalba foi desmontando a defesa de Rajoy, lembrando por exemplo as mensagens de telemóvel que Rajoy enviou a Bárcenas, tranquilizando-o e mantendo o seu apoio, quando já se sabia que o antigo tesoureiro era um "delinquente fiscal".
Rubalcalba foi desmontando a defesa de Rajoy, lembrando por exemplo as mensagens de telemóvel que Rajoy enviou a Bárcenas, tranquilizando-o e mantendo o seu apoio, quando já se sabia que o antigo tesoureiro era um "delinquente fiscal".
O que está em causa, disse o
socialista, é a ilegalidade da contabilidade e o pagamento ilegal a
governantes: "Os ministros têm que aqceitar que não podem ganhar mais do
que o salário de ministros", disse Rubalcalba que defendeu que Rajou tem
que se demitir.
=Público=
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